Principais empresas do Japão acordam maior subida dos salários em sete anos

As principais empresas japonesas chegaram a acordo para implementarem o maior aumento anual do salário em sete anos, noticia o Financial Times (acesso pago). O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, eleito em 2021, tem feito campanha por um “novo capitalismo” que diminua a desigualdade entre os mais ricos e os mais pobres. Segundo os dados da OCDE, os salários reais dos japoneses cresceram apenas 0,39% desde 2000.

Os grandes empregadores do país, como a Toyota, a Hitachi e a Toshiba, decidiram aumentar os salários face à aceleração da inflação, com os preços do petróleo e dos cereais a influenciar o custo de vida dos japoneses, tal como acontece em todo o mundo, incluindo na Europa e em Portugal. Porém, de acordo com o FT, a maioria dos aumentos salariais não chega à meta de 3% ambicionada pelo novo Governo japonês.

Com uma das política monetária mais expansionistas entre as economias avançadas, o Japão enfrentou um longo período de baixa inflação ou mesmo deflação (preços a cair). Porém, acompanhando a tendência mundial, os preços aceleraram por causa da pandemia e agravaram-se ainda mais por causa da guerra na Ucrânia. Ainda assim, a taxa de inflação japonesa só deverá ultrapassar os 2% no próximo mês enquanto na Zona Euro já chegou aos 5,9% e nos Estados Unidos atingiu os 7,5%.