Wall Street misto a caminho de maior valorização semanal desde novembro de 2020

Os três principais índices norte-americanos estão mistos no arranque da negociação desta sexta-feira, numa altura em que os investidores digerem os progressos limitados das negociações de cessar-fogo entre a Ucrânia e a Rússia e também a primeira subida dos juros nos Estados Unidos desde 2018. Apesar disso, o saldo semanal deverá ser significativamente positivo, recuperando do impacto da guerra.

O S&P 500, que neste momento está a cair 0,17% para os 4.404,23 pontos, caminha para a maior valorização semanal desde novembro de 2020. Neste momento, acumula uma valorização de 4,79% esta semana.

O Dow Jones desce 0,49% para os 34.311,01 pontos, mas aponta para uma subida semanal superior a 4%. Já o Nasdaq valoriza 0,35% para os 13.662,04 pontos, acumulando uma valorização semanal de 6,25%, a maior também desde novembro de 2020.

A volatilidade tem sido uma constante nos mercados financeiros desde que a Rússia decidiu invadir a Ucrânia. A guerra criou incerteza no crescimento económico de 2022 e teve impacto na taxa de inflação, com muitos preços a subir ainda mais, o que poderá prejudicar a rentabilidade das cotadas.

Acresce que a subida dos juros também tende, no curto prazo, a penalizar as cotações. Esta semana a Reserva Federal norte-americana aumentou os juros pela primeira vez desde 2018 e apontou para mais subidas ainda este ano, num processo de restrição da política monetária para combater a aceleração da taxa de inflação nos Estados Unidos, a qual já se verificava antes da guerra.

Durante esta semana, os investidores receberam com bom agrado as notícias de que as negociações de cessar-fogo estariam a dar frutos entre a Ucrânia e a Rússia, mas esta quinta-feira esse sentimento inverteu e não se espera grandes avanços no curto prazo, especulando-se sobre as reais intenções do Kremlin.

É de notar que esta sexta-feira também é marcada pelo vencimento, em simultâneo, do prazo de três tipos de contrato, o que poderá influenciar as cotações nos mercados, principalmente nas horas finais de negociação.