Ex-deputado socialista Ascenso Simões volta à Dourogás como assessor

De saída da política ativa, Ascenso Simões, que foi também administrador do regulador da energia, aceitou o convite da Dourogás para prestar assessoria estratégica e na área da regulação.

“Este regresso acontece porque a vida política deixou de ter sentido para mim. Foi uma coisa natural. E também porque tenho imensa consideração pelas famílias Magalhães e Afonso Moreira que são os motores do grupo Dourogás. Tive outros convites, mas eram para fazer ‘influência’, coisa que eu abomino”. É desta forma que Ascenso Simões, de saída do Parlamento, comenta ao ECO a sua nova vida profissional.

Depois de ter sido deputado em quatro legislaturas e de ter exercido várias pastas governativas durante o primeiro Executivo de José Sócrates – foi secretário de Estado da Administração Interna, da Proteção Civil, e do Desenvolvimento Rural e Florestas -, Ascenso Simões foi contratado pelo grupo nortenho de fornecimento de gás e energias renováveis para o cargo de assessor estratégico e para os assuntos de regulação.

Para o histórico parlamentar socialista, que entre 2010 e 2015 foi administrador da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) e membro do Conselho de Reguladores do Mercado Ibérico de Eletricidade, é mesmo um regresso ao grupo que diz ter visto nascer e crescer – “A vertente desenvolvimento regional sempre foi o motor central dos seus negócios. Houve, em vários tempos, o desafio de acompanhar o crescimento do grupo” –, pois já tinha trabalhado antes na Tecaprod e na Sonorgás, duas empresas do universo da Dourogás.

Ajudar a criar valor sempre foi o meu maior estímulo, na política como nas empresas. A política é tão má que leva a que as pessoas pensem que não fizemos mais nada na vida.

Ascenso Simões

Ex-deputado do PS e atual quadro superior da Dourogás

Quais as expectativas para este novo ciclo profissional, depois de tantos anos ligado à política? “Ajudar a criar valor. Sempre foi esse o meu maior estímulo, na política como nas empresas. A política é tão má que leva a que as pessoas pensem que não fizemos mais nada na vida”, responde o gestor de 58 anos, que chegou a dirigir a campanha eleitoral que levou António Costa ao poder em 2015, até abandonar essa missão na sequência de uma polémica com cartazes do PS.

O novo técnico superior do grupo liderado por Nuno Afonso Moreira — fundado em meados da década de 1990 e atualmente constituído pelas empresas Dourogás GNV, Sonorgás, Dourogás Líquido, Dourogás Renovável e Dourogás Propano – continua a ser membro da Comissão Política Nacional do PS e diz que vai “continuar a escrever e a comentar”. “Agora sem amarras”, ressalva.

Ainda assim, Ascenso Luís Seixas Simões nunca foi conhecida por ser comedido nas suas intervenções, quer na Assembleia da República, quer nas páginas dos jornais. Por exemplo, ainda há pouco mais de um ano, num artigo de opinião no Público que veio a gerar grande controvérsia política, defendeu que “num país respeitável” o Padrão dos Descobrimentos “devia ter sido destruído”, argumentando ser “um dos grandes monumentos do regime ditatorial”.

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