Combustíveis vão voltar a subir na próxima semana. Gasóleo deve disparar 18 cêntimos e gasolina 9

Preço por litro de gasóleo simples poderá ser de dois euros e da gasolina simples 95 de 2,003 euros, se estes aumentos dos combustíveis se confirmarem e o Governo retomar a fórmula que desce o ISP.

A redução no preço dos combustíveis esta semana foi sol de pouca dura. Para a próxima semana, os preços nas bombas vão voltar a aumentar. A partir da próxima segunda-feira, no momento de abastecer o carro, o gasóleo poderá estar 18 cêntimos mais caro e a gasolina 9 cêntimos, adiantou ao ECO fonte do setor, usando os valores até ao fecho do mercado na quinta-feira. Se estes valores se vierem a confirmar, e se o Governo retomar a fórmula apresentada há duas semanas, então o ISP descerá 2,7 e 1,4 cêntimos, respetivamente, para compensar novamente o aumento da receita de IVA.

Com aumentos desta envergadura, e se a fórmula de compensação do agravamento dos preços dos combustíveis for retomada, então, no início da próxima semana, o preço por litro de gasóleo simples será de dois euros e da gasolina simples 95 será de 2,003 euros. Isto porque, de acordo com os dados da Direção-Geral de Energia e Geologia, ao preço do gasóleo de segunda-feira (1,847 euros) é preciso somar a subida de 18 cêntimos, e tendo em conta que haverá uma subida da receita de IVA, a taxa do ISP desce (2,7 cêntimos), o que resultará num preço final de dois euros.

Já no caso da gasolina, que na segunda-feira tinha um preço de 1,927 euros, aplica-se a subida de preço de nove cêntimos e uma descida de 1,4 cêntimos do ISP, o que resulta no preço final de 2,003 euros. Mas atenção, os preços ao consumidor final podem ser diferentes consoante o posto de abastecimento.

Não é ainda certo qual será a opção do Executivo tendo em conta os acontecimentos desta semana. O Governo criou um apoio temporário para mitigar os efeitos da subida dos preços dos combustíveis, que fazia baixar o valor do ISP na proporção do aumento da receita de IVA para que o aumento fosse neutro do ponto de vista fiscal. Ao final do dia de sexta-feira, é publicada em Diário da República, a portaria com os valores finais a aplicar tendo em conta a média semanal dos preços do brent. Nesta semana que vai terminar, houve uma descida dos preços dos combustíveis, e não um aumento, e o Executivo optou por manter a redução do ISP que já estava em vigor na semana anterior — 2,4 cêntimos no ISP do gasóleo e de 1,7 cêntimos na gasolina — na expectativa de ajudar mais a mitigar as subidas que já se verificavam há 14 semanas consecutivas no caso da gasolina e 11 semanas no gasóleo.

Contudo, na terça-feira, foi possível perceber que os combustíveis acabaram por não descer tanto como o esperado. O Governo estava a contar com uma descida de 17 cêntimos e 13 cêntimos no preço do litro do gasóleo e da gasolina, respetivamente, tal como também tinha adiantado fonte do setor ao ECO na passada na sexta-feira, mas a atualização do preçário trouxe descidas de apenas 13 cêntimos e 10 cêntimos. À suspeita de que as petrolíferas estariam a aumentar as suas margens, fonte oficial da Galp garantiu ao ECO que “repercutiu integralmente a diferença entre as cotações médias do gasóleo e da gasolina da semana passada face às da semana anterior, como faz todas as semanas, tanto em períodos de subida como de descida das cotações”.

Esta semana, a cotação de brent rondou, em média, os 118,16 dólares, uma subida de 13,74% face à média de 103,88 dólares da semana anterior, semana em que o ouro negro chegou a cotar dois dias abaixo dos 100 dólares. O agravamento é idêntico quando as contas são feitas em euros, porque a questão cambial já não joga a favor dos consumidores que usam a moeda única.

Brent valoriza mais de 13% numa semana

Os preços têm enfrentado uma volatilidade diretamente proporcional às incertezas da guerra na Ucrânia. Notícias de que os stocks de petróleo dos EUA desceram na semana passada, segundo o Singular Bank, e do desgaste de um terminal de exportação petrolífera russo aumentaram ainda mais os receios de problemas de abastecimento no mercado petrolífero e pressionaram em alta o preço do ouro negro. Mas, o facto de os países aliados discutirem uma possível coordenação adicional de libertação de stocks para ajudar a acalmar os mercados e se os países tentarem encontrar soluções para reduzir a dependência da energia russa ajudou a aliviar o mercado.

Para fazer face a este aumento dos preços, os portugueses continuam a poder usufruir do Autovoucher, que apoiou a compra de combustíveis com 22,7 milhões de euros só este mês. Com a guerra na Ucrânia e o agravar dos preços dos combustíveis, o Autovoucher transfere este mês 20 euros para os contribuintes que efetuem consumos nos postos de abastecimento aderentes, desde que estejam inscritos na plataforma IVAucher/Autovoucher. Um aumento significativo face aos cinco euros mensais com que a medida foi inicialmente desenhada.

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