Gás natural sobe 5,5% para os 108 euros por MWh

Preço do gás natural está a subir 5,5%, aliviando da subida de mais de 11% registada esta manhã. Este movimento acontece depois de a Rússia ter anunciado que vai reduzir ataques em Kiev e Chernihiv.

O aumento dos futuros de referência do gás natural na Europa está a aliviar para os 108 euros por MWh (megawatt-hora), acumulando uma subida inferior a 8% nos últimos cinco dias. Este desempenho acontece depois a Rússia ter anunciado que vai reduzir os ataques nas cidades de Kiev e Chernihiv para criar condições para o diálogo de paz com a Ucrânia.

O contrato Dutch TTF Gas para entrega em abril, que ganhou um impulso adicional com o eclodir da guerra na Europa, está ao início da tarde a subir 5,53% para 108,22 euros por MWh, aliviando, assim, da subida de mais de 11% registada esta manhã. Apesar destes aumentos, a cotação do gás natural continua bastante abaixo do pico observado no início de março.

Evolução do preço do gás natural na Europa desde o início de março.

Este abrandamento na subida dos preços acontece depois de a Rússia ter informado que vai reduzir os ataques nas cidades de Kiev e Chernihiv de forma a criar condições para dialogar com a Ucrânia, avança a Reuters.

“As negociações para um acordo de neutralidade e do estatuto não nuclear da Ucrânia entraram numa dimensão prática”, escreveu o ministro da Defesa russo, no Twitter. “Foi decidido, para aumentar a confiança mútua para as negociações futuras de um acordo de paz com a Ucrânia, reduzir radicalmente a atividade” nestas duas cidades, acrescentou Alexandre Fomine.

Depois destas declarações, os mercados começaram a reagir, com o petróleo a afundar quase 5% nos mercados internacionais. O barril de Brent, negociado em Londres, e que serve de referência às importações portuguesas, está a desvalorizar 5,25% para 103,74 dólares, enquanto o WTI, negociado em Nova Iorque, está a ceder 5,62% para 100 dólares.

Pela Europa, o índice de referência Stoxx-600 soma 1,93%, para 462,96 pontos, enquanto o alemão DAX avança 3,10%, o francês CAC-40 sobe 3,36%, o espanhol Ibex-35 ganha 2,87% e o britânico FTSE 100 valoriza 1,26%.

Por sua vez, Lisboa contraria as subidas das congéneres europeias. O PSI está a deslizar 0,04% para 5.902,54 pontos, penalizado, sobretudo, pelas cotadas do setor energético. Ainda assim, o BCP está a travar uma descida mais acentuada ao subir 3,66% para 0,1699 euros.

Este aumento do preço do gás acontece também depois de ter sido noticiado que a Rússia quer exigir que os países “hostis” paguem pelo seu gás natural em rublos. De acordo com a informação avançada pela agência russa Interfax, citando Vladimir Putin, essa lista de países “hostis” inclui os Estados Unidos, Reino Unido e os Estados-membros da União Europeia.

Contudo, os países do G7 já afirmaram ser “inaceitável” fazer esse pagamento na moeda russa. “Todos os ministros do G7 concordaram que esta é uma violação unilateral e clara dos acordos existentes”, disse o ministro da Economia da Alemanha, Robert Habeck. Depois destas declarações, o deputado russo Ivan Abramov, citado pela Reuters, avisou ainda que isso pode levar a uma “interrupção inequívoca” no fornecimento do gás russo.

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