New Balance vai depor por crime de coação

  • Servimedia
  • 29 Abril 2022

Duas empresas espanholas, representantes da New Balance, acusam a marca americana pela descoberta e utilização de segredos de outras empresas em seu próprio benefício e por abuso de posição dominante.

A Experience Store S. L. e a Experience Store Outlet, duas empresas espanholas representantes da New Balance, acusaram a marca americana pelo crime de coação, pela descoberta e utilização de segredos de outras empresas em seu próprio benefício e por um crime contra o mercado por abuso de posição dominante, noticia a Servimedia.

Apesar de o processo ter sido suspenso anteriormente, a New Balance não conseguiu que o caso fosse arquivado e, agora, Arturo Zamarriego, o juiz de instrução número 9 de Madrid, decidiu prosseguir a investigação da empresa e solicitou vários documentos para fazer um interrogatório sobre os pontos abordados nas acusações.

Anna Scheidgen, gerente nacional da marca em Espanha, Angela Scheidgen, diretora de operações da New Balance, assim como o vice-presidente executivo mundial da empresa, Paul Gauron, vão ser chamados para depor enquanto arguidos.

A queixa afirma que estas duas empresas espanholas, que, desde 2016, são responsáveis pela promoção da marca New Balance e pela promoção da criação de dezenas de lojas destes produtos desportivos em Espanha e Portugal, têm-se sentido traídas e sujeitas a uma pressão constante para venderem a preço de saldo toda esta estrutura comercial a favor da empresa americana.

Os queixosos apresentam vários e-mails trocados com a gestão de topo da New Balance, nos quais, segundo a Experience Store S. L. e a Experience Store Outlet, é oficial que o contrato que os liga desde 2016 (apesar de a relação ter começado em 2013) e que terminaria em 2021, seria prorrogado, pelo menos, até 2026. No entanto, as empresas espanholas acusam a empresa americana de não ter honrado este compromisso.

Assim, as duas empresas sediadas em Madrid afirmam que fizeram milhões de dólares em investimentos na certeza de que, pelo menos até 2026, continuariam a fazer parte da equipa New Balance em Espanha e Portugal. E, por essa razão, na mesma acusação, afirmam, ainda, que, nos últimos meses, têm sido sujeitas a uma pressão económica resultante da falta de abastecimento.

A New Balance, por sua vez, nega as acusações e argumenta que uma parte substancial do processo em curso já foi resolvida na jurisdição civil, que já a encerrou na altura. Nessa fase, a defesa dos arguidos e a do vice-presidente da empresa nos Estados Unidos tinham, até, pedido que o caso fosse encerrado.

Ambas as partes estão, agora, à espera que o juiz marque uma data para o interrogatório dos arguidos e das testemunhas. O Ministério Público considera que é demasiado cedo para apresentar o caso, dada a possibilidade de indícios de culpabilidade, que devem ser investigados sem prejudicar o direito de defesa do arguido.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

New Balance vai depor por crime de coação

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião