Tesouro dos EUA alerta que retrocesso no aborto prejudicará economia do país

  • Lusa
  • 10 Maio 2022

"Eliminar os direitos das mulheres de tomar decisões sobre quando e se querem ter filhos teria efeitos muito prejudiciais na economia e atrasaria as mulheres décadas", disse Janet Yellen.

Um retrocesso no direito ao aborto nos Estados Unidos teria “efeitos muito prejudiciais na economia”, impedindo as mulheres de continuar a estudar, aumentando as possibilidades de caírem na pobreza, alertou esta terça-feira a secretária do Tesouro norte-americana.

“Acredito que eliminar os direitos das mulheres de tomar decisões sobre quando e se querem ter filhos teria efeitos muito prejudiciais na economia e atrasaria as mulheres décadas”, declarou Janet Yellen, durante uma audiência no Senado. A secretária do Tesouro do Governo de Joe Biden observou que “negar às mulheres o acesso ao aborto aumenta as suas probabilidades de viver na pobreza ou precisar de assistência pública”.

“Eliminar um direito que existe há meio século, especialmente para mulheres de baixos rendimentos e minorias, que já suportaram grande parte do fardo da pandemia de covid-19, seria um desastre”, alertou.

A decisão “Roe V. Wade” do Supremo Tribunal norte-americano, tomada em 1973 e que fundou o direito ao aborto nos Estados Unidos, “contribuiu para aumentar a participação [das mulheres] no mercado de trabalho”, lembrou Janet Yellen.

Isso “permitiu que muitas mulheres concluíssem os seus estudos, o que aumentou as suas oportunidades de ganhar dinheiro” e que “planeassem e equilibrassem as suas famílias e carreiras”, acrescentou Janet Yellen.

Além disso, frisou a secretária do Tesouro, investigações “mostram também que teve um impacto favorável no bem-estar (…) das crianças”.

Na semana passada, o portal de notícias norte-americano Politico publicou um projeto de decisão do Supremo que, se adotado, significará um retrocesso de 50 anos nos Estados Unidos da América, quando cada estado era livre para proibir ou permitir o aborto.

Esta informação causou uma forte movimentação na opinião pública e, do lado dos democratas, foram agendadas várias manifestações, particularmente em Washington e em Nova Iorque, para defender o direito ao aborto.

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