Novobanco? “Não faz parte dos nossos planos”, diz CEO do BCP

O CEO do BCP voltou a dizer que uma aquisição do Novobanco não está nos planos do BCP, embora diga que o banco está hoje melhor preparado se tivesse essa intenção.

O Novobanco regressou aos lucros e já se perspetiva a venda da instituição. Miguel Maya admite olhar para a operação se ela se colocar, mas mantém que não está nos planos do BCP.

“Os bancos de investimento vivem de apresentar operações. Os investidores internacionais quando vêm a Portugal e falam com o BCP também vêm com grandes sugestões para aqui e para ali, e questionam sobre o Novobanco“, relatou o presidente-executivo na comissão de apresentação de resultados do primeiro trimestre, que decorreu hoje em Lisboa. A resposta: “O nosso crescimento é orgânico”.

“Nós olhamos para qualquer operação de mercado, mas não faz parte dos nossos planos”, acrescentou Miguel Maya. O responsável afirmou, no entanto, que “o BCP está muito melhor preparado. Veja o que era a qualidade do ativo do banco em 2016 e agora. A capacidade de gerar receita é muito maior. Tudo isto nos dá outra independência para olhar para uma operação”, acrescentou. Mas, salientou, “não significa que haja um litro mais de interesse”.

Apesar da subida da inflação e das taxas de juro, Miguel Maya não está muito preocupado com a capacidade das famílias e empresas cumprirem com o pagamento dos empréstimos, em particular as primeiras.

Cenário central: imparidades de crédito não vão aumentar

“Num cenário central, não antecipo um agravamento das imparidades de particulares”, afirmou o CEO do BCP. As empresas mais expostas ao aumento dos custos da energia e ao comércio internacional estão mais vulneráveis e “aí podemos ter situações mais difíceis”, reconheceu. No entanto, considera que com a redução do endividamento “as famílias e empresas estão mais bem preparadas” para enfrentar o contexto de adversidade.

Questionado sobre se o Orçamento de Estado responde às empresas e famílias mais vulneráveis, o presidente-executivo do banco elogiou a resposta do Governo durante a pandemia, com as moratórias e linhas de crédito e disse que era “muito importante que o continue a fazer”.

Miguel Maya também não antecipa um impacto significativo da subida das taxas de juro na economia. “Não vemos as taxas a subirem para mais de 2% em 2023”, afirma, mostrando-se confiante na capacidade do Banco Central Europeu para responder adequadamente à subida da inflação sem provocar crises. “O BCE está a fazer o que tinha a fazer e a sinalizar ao mercado as suas intenções”. As pressões inflacionistas vão manter-se este ano e em parte de 2023, mas a evolução vai depender do conflito”.

Banco vai contratar perto de 100 pessoas

O CEO do banco afastou a realização de um novo despedimento coletivo, depois do realizado em 2021. Pelo contrário, o BCP pretende contratar “um número próximo da centena de pessoas”.

“Em 2020, decidimos que teríamos de fazer uma otimização e não fizemos por causa da pandemia. Quando chegou o momento em que percebemos que a economia ia inverter decidimos avançar com esse processo e queríamos que fosse de uma vez por todas”, afirmou Miguel Maya. Agora, “haverá ajustamentos pontuais. Não vamos repetir um processo de despedimento coletivo”, garantiu.

O responsável lamentou a incapacidade do sistema de ensino para responder à procura das empresas e a concorrência das multinacionais pelo talento em Portugal. “No curto prazo pode ser um problema adicional para as empresas portuguesas”, apontou.

O BCP registou um lucro de 112,9 milhões de euros no primeiro trimestre, um aumento de 95,2% face ao mesmo período do ano passado.

O resultado foi influenciado por encargos de 123,3 milhões de euros associados à carteira de créditos em francos suíços concedidos pela subsidiária na Polónia.

(notícia atualização)

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