Consumo de petróleo baixou 20 pontos em duas décadas, com renováveis a crescer

  • Lusa
  • 5 Junho 2022

Apesar de ter descido nos últimos 20 anos, a fonte de energia final mais consumida em Portugal continua a ser o petróleo (41% do total). Mais de metade dos resíduos urbanos acabaram em aterros.

O consumo de petróleo desceu de 61% para 41% em cerca de 20 anos em Portugal, com as energias renováveis e o gás a serem cada vez mais consumidas, segundo dados da base estatística Pordata.

A propósito do Dia Mundial do Ambiente, que se assinala hoje, os números da Pordata indicam que, em 2020, a fonte de energia final mais consumida foi o petróleo, equivalente a 41% do total, quando em 1998 era 61%, seguida da energia elétrica (26%), as renováveis (19%), o gás (11%) e os combustíveis sólidos, como carvão, que representou 0,1%.

Desde 2001, o consumo de gás aumentou 67%, as energias renováveis 20% e a energia elétrica 16%, e em 2020 as renováveis foram a fonte de 98% da energia produzida em Portugal, cabendo a fatia maior à queima de biomassa – 51% do total, menos 25 pontos percentuais do que se verificava em 1990.

A energia eólica, que em 2005 era 4% da produção, representou 16% do total em 2020, o mesmo valor da hídrica, que varia conforme o volume de precipitação, enquanto a solar representou 04% e a geotérmica 03%.

Apesar de, na União Europeia, a produção de energia ser responsável pela maior parte das emissões com efeito de estufa para a atmosfera (25%) em 2019, é nos transportes que Portugal emite mais (28%), seguido pela indústria energética (20,5%). As emissões com origem nos transportes aumentaram quer em Portugal (12% entre 2013 e 2019) quer no resto da União Europeia.

Em 2019, Portugal emitia mais 13% de gases poluentes com efeito de estufa do que em 1990. Pelo caminho ficou 2005, ano marcado por um volume de emissões de 46% em relação a 1990, e desde então tem havido flutuações, com descidas na maior parte dos anos, mas uma subida entre 2014 e 2017.

No contexto da União Europeia, Portugal teve a quarta maior subida nas suas emissões em relação a 1990, ficando atrás de Chipre, Irlanda e Espanha e à frente da Áustria entre os cinco estados-membros que aumentaram emissões.

Os dados recolhidos na Pordata, que pertence à Fundação Francisco Manuel dos Santos, apontam ainda para um aumento generalizado das temperaturas médias desde a década de 1960 nas principais estações meteorológicas portuguesas, de 0,8 graus em Castelo Branco a 02 graus no Funchal.

Quanto aos incêndios, 2017, ano dos mortíferos fogos florestais no Centro, continua a ser o que teve mais área ardida – 500 mil hectares ou 06% do território -, mas 2005 foi o ano com mais incêndios, num total superior a 41 mil. Em 2018, metade do território português consistia em ecossistemas florestais, conferindo a Portugal o sétimo lugar da União Europeia neste indicador, acima da média europeia de 44%.

A Pordata regista que em 2019 se gastaram perto de 673 mil milhões de litros de água, dentro dos limites que desde 2012 se verificam, entre 628 e 693 mil milhões. Em 2020, 99% da água canalizada em Portugal era considerada segura para consumo, uma percentagem que no início do século estava em 75% e em 1990 não passava de 50%.

Quanto às praias, Portugal era em 2020 o nono entre 22 países europeus com orla costeira em percentagem de águas balneares consideradas excelentes (93%), acima da média europeia de 88%. Nas águas balneares interiores, Portugal tinha 75% de águas com qualidade excelente, abaixo da média europeia de 78%.

No que toca ao lixo, em 2020 mais de metade (54%) dos resíduos urbanos acabaram em aterros, mais do dobro da média europeia de 23%. Apenas 13% dos resíduos são reciclados em Portugal, longe dos 30% da UE. A situação progrediu desde 1995, quando ainda 90% do lixo produzido em Portugal ia para aterro e só 01% era reciclado.

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