Morreu a pintora Paula Rego. Tinha 87 anos

  • Lusa
  • 8 Junho 2022

Paula Rego foi uma das mais premiadas artistas portuguesas a nível internacional, tendo sido galardoada com o Prémio Turner em 1989. Governo decreta um dia de luto nacional.

Foto de arquivo de 17 de novembro de 2016 da pintora portuguesa Paula Rego. A artista portuguesa morreu esta manhã, dia 8 de junho de 2022, em Londres, aos 87 anosJOSÉ COELHO/LUSA

A pintora Paula Rego, uma das mais aclamadas e premiadas artistas portuguesas a nível internacional, morreu na manhã desta quarta-feira em Londres, aos 87 anos, disse à agência Lusa fonte próxima da família.

De acordo com o galerista Rui Brito, a artista “morreu calmamente em casa, junto dos filhos”.

Paula Rego estudou nos anos 1960 na Slade School of Art, em Londres, onde se radicou definitivamente a partir da década de 1970, mas com visitas regulares a Portugal, onde, em 2009, foi inaugurado um museu que acolhe parte da sua obra, a Casa das Histórias, em Cascais.

Nascida a 26 de janeiro de 1935, em Lisboa, foi galardoada, entre outros, com o Prémio Turner em 1989, e o Grande Prémio Amadeo de Souza-Cardoso em 2013, além de ter sido distinguida com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada em 2004. Em 2010, recebeu da Rainha Isabel II a Ordem do Império Britânico com o grau de Oficial, pela sua contribuição para as artes.

Em 2019, recebeu a Medalha de Mérito Cultural do Governo de Portugal.

Governo decreta um dia de luto nacional

O primeiro-ministro, António Costa, anunciou entretanto que o Governo decidiu decretar um dia de luto nacional pela morte da pintora Paula Rego, destacando-a como uma artista de qualidade excecional e com grande reconhecimento internacional. “O Governo decidiu decretar um Dia de Luto Nacional em homenagem à pintora Paula Rego”, refere uma nota de pesar divulgada pelo gabinete do primeiro-ministro.

No comunicado, António Costa salienta que Paula Rego “era uma artista de qualidade excecional, cuja obra alcançou um grande reconhecimento internacional”. “As suas pinturas, desenhos e gravuras encerram imagens poderosas que ficarão sempre connosco e com as gerações por vir. Aos seus familiares e amigos, o primeiro-ministro apresenta as mais sentidas condolências”, refere-se no mesmo texto.

Na mesma nota de pesar, recorda-se que Paula Rego nasceu “durante a ditadura salazarista” e “fez a sua formação artística em Londres, onde residiu grande parte da vida, mantendo sempre intacta a ligação a Portugal”. “A sua obra alimenta-se de referências e memórias portuguesas, como os contos populares ou a literatura de Eça de Queirós, e Paula Rego foi uma artista atenta à nossa realidade social. Autora de um universo figurativo singular, as suas obras não se parecem com mais nada do que com Paula Rego”, acrescenta-se.

Em Braga, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já lamentou a morte da pintora, destacando a sua projeção no mundo. Questionado pelos jornalistas, em Braga, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que era a artista plástica portuguesa “com maior projeção no mundo” desde a morte de Vieira da Silva.

(Notícia atualizada às 16h21 com a decisão do Governo de decretar luto nacional pela morte da pintora)

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