Só 4 em cada 10 alojamentos e restaurantes já recuperaram do impacto da pandemia

Inquérito do INE revela que 56% das empresas já alcançaram ou até ultrapassaram os níveis de atividade pré-pandemia. Contudo, recuperação está a ser mais lenta no setor do alojamento e restauração.

Quase todas as empresas em Portugal consideram que já foram restabelecidas as condições normais de atividade na sequência da pandemia. E se mais de metade do tecido empresarial assegura que já alcançou ou até ultrapassou este nível de atividade, os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que a recuperação no setor do alojamento e da restauração está a ser bem mais lento, com apenas cerca de quatro em cada dez (37%) estabelecimentos a referirem que já recuperaram do choque da Covid.

“No contexto de levantamento das restrições impostas devido à pandemia Covid-19, 90% das empresas referem que, em maio de 2022, já estão restabelecidas as condições normais de atividade”, adianta o INE. Para mais de metade das empresas (56%), o nível de atividade pré-pandemia “já foi alcançado ou ultrapassado”, enquanto 34% referem que “o nível atingido está ainda abaixo dos valores pré-pandemia”.

Entre as empresas que já recuperaram do impacto da pandemia, a maioria são grandes empresas (63%), ao passo que, no que toca às micro empresas, essa percentagem encolhe para 47%.

Há também diferenças substanciais no que toca aos setores de atividade. “O setor da construção e atividades imobiliárias apresenta a maior percentagem de empresas que já restabeleceram as condições normais de atividade (93%) e em que a atividade alcançou ou ultrapassou o nível pré-pandemia (65%). Em contraste, no alojamento e restauração, a percentagem de empresas em que a atividade já retomou ou ultrapassou o nível pré-pandemia é menor (37%)“, nota o gabinete de estatísticas.

Por outro lado, mais de metade das empresas (54%) perspetivam um aumento do volume de negócios em 2022 face ao ano anterior, enquanto apenas 14% estimam uma redução. Neste âmbito, as perspetivas são mais animadoras para o setor do alojamento e da restauração, com 75% a preverem uma subida de receitas. Já 44% das empresas do setor da construção e atividades imobiliárias esperam manter o volume de negócios este ano.

Não obstante, a atual conjuntura económica, agravada pela guerra na Ucrânia, está a causar preocupação junto do tecido empresarial. A maioria das empresas (83%) considera que a atual situação “tem um impacto negativo ou muito negativo na evolução do volume de negócios em 2022, realçando-se a Indústria e energia, com uma proporção de 90%”.

Os aumentos dos custos energéticos e de outras matérias-primas ou bens intermédios são os fatores mais mencionados pelas empresas (60%) como um potencial impacto negativo na atividade, seguido pelo aumento dos custos de transportes e os problemas no fornecimento de matérias-primas/bens intermédios (53% e 43%, respetivamente).

Perante a subida dos custos de produção e das matérias-primas, 67% das empresas preveem aumentar os preços de venda em 2022, sendo que 48% antecipam aumentos de, pelo menos, 5%. Ao mesmo tempo, das empresas que já aumentaram os preços, mais de metade (60%) justificou a revisão de preços com o aumento dos custos com matérias-primas/bens intermédios (não energéticos).

Quanto aos salários, as empresas preveem um aumento de 5,2% do salário médio em 2022, contra a subida de 4,2% em 2021. Entre os motivos assinalados para o aumento salarial, 28% das empresas destacam o aumento do salário mínimo enquanto 27% invocam a necessidade de reter os trabalhadores.

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