Refugiados ucranianos podem aumentar força laboral europeia entre 0,2% e 0,8%, diz BCE
BCE estima que 330 mil ucranianos abandonem semanalmente o país para os países vizinhos, mas esta deslocação pode levar a um aumento médio da força laboral da Zona Euro entre os 0,2% e 0,8%.
A afluência de refugiados ucranianos poderá levar a uma redução gradual da escassez de mão-de-obra na União Europeia (UE), visto que parte dos migrantes mudar-se-ão permanentemente, avançou esta segunda-feira o Banco Central Europeu (BCE).
Já são cerca de sete milhões o número de pessoas que fugiram da Ucrânia desde a invasão russa, a sua maioria mulheres e crianças, mas este número está a aumentar diariamente com muitos refugiados ucranianos já à procura de emprego na UE.
“De todas as premissas até agora, os cálculos de última hora apontam para um aumento médio entre 0,2% e 0,8% da força de trabalho da Zona Euro a médio prazo“, disse o BCE num artigo do Economic Bulletin. “Isto corresponde a um aumento entre os 0,3 e 1,3 milhões na dimensão da força de trabalho da Zona Euro”, acrescentou.
Segundo declarações do BCE, o influxo de refugiados ucranianos pode “aliviar um pouco” o “aperto observado no mercado de trabalho” da Zona Euro. Caso o processo de integração não seja demorado, os refugiados ucranianos poderão apoiar um mercado de trabalho marcado pela escassez de mão-de-obra e de capacidades.
Ainda assim, as dificuldades no acesso ao mercado de trabalho continuam a ser “impedimentos significativos” para a integração dos refugiados ucranianos, especialmente no curto prazo, esclareceu o BCE. Entre as principais dificuldades apontadas pelo BCE estão os potenciais tempos de espera para a concessão de asilo ou visto de trabalho, a aquisição de competências linguísticas e o reconhecimento das qualificações profissionais.
Segundo dados do Alto‑comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (UNHCR), cerca de 330 mil ucranianos abandonam semanalmente o país para os países vizinhos. Embora cerca de 2,1 milhões de pessoas tenham regressado à Ucrânia, a UNHCR contabiliza esta deslocação como temporária. A UNHCR estima que cerca de 8,3 milhões de refugiados abandonem a Ucrânia até ao final do ano, e que 25 milhões fiquem deslocadas e em necessidade de ajuda humanitária.
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