BRANDS' CAPITAL VERDE Tornar o surf num aliado na defesa dos oceanos

  • Capital Verde + EDP
  • 5 Julho 2022

Os praticantes de surf têm um papel crucial na defesa dos oceanos. No evento “Let’s Sea” ficámos a saber como é que atletas, empresas e instituições estão já a contribuir para esse desígnio.

Este é o tempo de passar das palavras à ação, envolvendo todos na proteção dos oceanos, a começar pelos praticantes de surf, verdadeiros embaixadores do mar. E a verdade é que são já vários os projetos existentes destinados à preservação marinha com foco no surf, como ficou claro durante o evento “Let’s Sea: the waves for the future”, que se realizou no dia 29 de junho, no Parque das Nações, em Lisboa.

O encontro, que aconteceu em paralelo com a Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, contou com a presença de Vera Pinto Pereira, administradora da EDP, Ana Figueiredo, CEO da Altice Portugal, Luís Araújo, presidente do Turismo de Portugal, Emily Hoffer, CEO da World Surf League (WSL) PURE, e do surfista Garrett McNamara.

conferência protecção dos oceanos
O painel de oradores foi constituído por Ana Figueiredo, CEO da Altice Portugal; Vera Pinto Pereira, administradora da EDP; Emily Hoffer, CEO da World Surf League (WSL) PURE; Garrett McNamara, surfista; e Luís Araújo, presidente do Turismo de Portugal

“Portugal é um país de mar”, começou por dizer Luís Araújo, realçando que “somos um país feito por 97% de oceano e só 3% de terra”. Como tal, “é inevitável pensar no mar” e, como consequência, apoiar o surf, concluiu. O responsável lembrou que “o estilo de vida português tem muito a ver com o surf, mas, mais importante, tem a ver com a forma como cuidamos do outro e como cuidamos do oceano”. Nas suas palavras, o turismo representa mais de 60% da economia azul em Portugal, o que, reconhece, “é importante”, mas “é mais do que isso, é tirar vantagem desta economia azul e dizer que estamos na linha da frente da proteção dos nossos oceanos”. Embora admitindo que trazer turistas para Portugal é a missão do organismo que representa, salientou que os planos são mais ambiciosos e passam também por “sensibilizar para algo a que habitualmente se vira as costas”, referindo-se aos oceanos.

Trata-se de trabalhar com as gerações futuras – que estão a olhar para este planeta com enorme preocupação, porque nós não fizemos um bom trabalho a protegê-lo – e trazer consciência sobre como é importante proteger a natureza e os oceanos e como é difícil fazê-lo.

Vera Pinto Pereira

Administradora da EDP

Treinar e inspirar as gerações futuras

Um projeto ancorado no surf e nos seus praticantes, tendo em vista a sustentabilidade e a preservação dos mares, é o EDP Surf for Tomorrow. Promovido pela EDP, trata-se de um programa focado na formação pessoal e desportiva de jovens surfistas portugueses e espanhóis, entre os 13 e os 18 anos, com o objetivo de colocar mais atletas na elite do surf mundial e servir de inspiração para as novas gerações. Porém, como destacou Vera Pinto Pereira, o objetivo não passa apenas pela competição: “Trata-se de trabalhar com as gerações futuras – que estão a olhar para este planeta com enorme preocupação, porque nós não fizemos um bom trabalho a protegê-lo – e trazer consciência sobre como é importante proteger a natureza e os oceanos e como é difícil fazê-lo.”

O oceano é absolutamente central para uma empresa como a EDP, que fez da ação climática e da transição energética o seu core business, o seu propósito e a sua missão.

Vera Pinto Pereira

Administradora da EDP

Associado ao projeto está a realização de um documentário, dividido em dez episódios, onde fica claro que este é um programa que implica, da parte dos jovens, “um enorme esforço mental e físico para alcançarem o seu sonho, que é serem grandes surfistas das competições mundiais”, explicou a administradora da EDP à margem do evento. Da mesma maneira, “a nossa grande ambição, enquanto sociedade, tem de ser a de sermos membros de um planeta saudável e isso não virá sem esforço, sem mudança dos nossos hábitos do dia-a-dia”, acrescenta, fazendo um paralelismo com a dedicação e empenho exigidos aos jovens surfistas.

De acordo com Vera Pinto Pereira, “o oceano é absolutamente central para uma empresa como a EDP, que fez da ação climática e da transição energética o seu core business, o seu propósito e a sua missão”. Prova disso mesmo é o facto de a empresa ter sido a primeira companhia elétrica da Europa a apostar na produção de energia renovável flutuante, aproveitando os ventos fortes em alto mar, através do WindFloat Project, localizado ao largo da costa de Viana do Castelo. Mais recentemente, a companhia – que pretende ser 100% verde em 2030 – anunciou um reforço de 1,5 mil milhões de euros de investimento neste tipo de projetos.

Pranchas sustentáveis até 2028

Quem também está na linha da frente da proteção dos oceanos é o MEO, não só através do apoio, há vários anos, a praticantes de surf e à realização de eventos da modalidade no nosso país, mas também enquanto uma das entidades promotoras do projeto Unwanted Shapes – Zero Impact, Full Performance, que pretende que, até aos Jogos Olímpicos de 2028, toda a indústria do surf esteja a utilizar pranchas feitas de material sem impacto ambiental. Para Ana Figueiredo, CEO da Altice Portugal, a associação da empresa ao surf justifica-se, não só porque o desporto representa os valores que a companhia defende – “como trabalho de equipa, ambição e resiliência”, elencou – mas também porque “vive da sustentabilidade do mar”, sendo que a sustentabilidade é também um valor central para o MEO. “Todas estas parcerias fazem sentido para nós, porque cada pessoa produz, em média, 3 quilos de plástico por mês e esse plástico acaba no mar na maior parte das vezes”, afirmou, destacando a importância de se “converter o plástico com que são feitas as pranchas de surf”.

O oceano é absolutamente central para uma empresa como a EDP, que fez da ação climática e da transição energética o seu core business, o seu propósito e a sua missão.

Vera Pinto Pereira

Administradora da EDP

Surf depende da saúde dos oceanos

“O oceano é a nossa arena, o nosso estádio, o nosso parque de diversões e a nossa inspiração”, afirmou Emily Hoffer, deixando claro que o surf “depende inteiramente da saúde dos oceanos”, razão por que na WSL Pure (o ramo da WSL dedicado à sustentabilidade) estão “totalmente comprometidos com este trabalho”. “Acreditamos que o desporto tem um caráter inspirador, pelo que durante os nossos eventos inspiramos os nossos fãs a tomarem ações. Os surfistas são uma peça importante nessa missão. À volta do mundo, penso que nos dias de hoje ainda não se fala o suficiente sobre os oceanos”, reforçou.

Igualmente presente na sessão, Garrett McNamara, famoso por ter surfado as ondas grandes da Nazaré, também se revelou um apaixonado pelo mar e pela sua conservação, concordando que cabe à comunidade surfista dar o exemplo e inspirar. “Temos de dar aquele passo extra para sermos sustentáveis, seja em casa, através daquilo que comemos ou do nosso próprio veículo”, disse. Quanto ao objetivo a alcançar até aos Jogos Olímpicos de 2028, acredita que é “100% atingível”, opinião que foi secundada por outros participantes na conversa moderada por Paul Evans, da WSL.

Inclusão e intervenção artística

Ao longo do encontro foram ainda dados a conhecer outros projetos relacionados com a preservação dos oceanos, como é o caso das EDP Open Sessions, que constituem aulas solidárias de surf para crianças e jovens de instituições de solidariedade social. Estas sessões “apelam à importância de não deixar ninguém para trás também no surf”, esclareceu Vera Pinto Pereira, segundo a qual, mais recentemente, a EDP passou também a prestar atenção ao surf adaptado para crianças com deficiências físicas, com o mesmo intuito de inclusão.

proteção dos oceanos - conferência
No evento “Let’s Sea: the waves for the future”, foram apresentados alguns dos projetos existentes destinados à preservação marinha com foco no surf

Outra área de intervenção com vista a chamar a atenção para a importância de salvaguardar os ecossistemas marinhos é artística, e à EDP juntou-se Alexandre Farto, mais conhecido por Vhils, que vai dar uma nova vida a peças retiradas de centrais elétricas da EDP desativadas e desmanteladas.

No âmbito do EDP Art Reef, o artista vai selecionar algumas estruturas e com elas criar uma exposição entretanto submersa ao largo do Algarve. De acordo com a administradora da EDP, este projeto “apela à importância da circularidade da economia”, também tendo em conta o objetivo de a empresa atingir a meta CO-free em 2025, como recordou no final da sessão.

Ao longo da sua intervenção, Vera Pinto Pereira apontou ainda o apoio dado pela companhia ao kitesurfer Francisco Lufinha, que através da EDP Atlantic Mission se propôs a algo inédito: atravessar o Atlântico sozinho num kite boat movido apenas por energias renováveis, aproveitando para consciencializar e inspirar quem seguia a sua aventura a preocupar-se em proteger os oceanos.

O encerramento do evento coube a Rita Marques, secretária de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, que deixou clara a intenção do Governo de incluir a sustentabilidade, nomeadamente no que toca à preservação dos oceanos, como preocupação na área do Turismo: “Convidamos as pessoas não só a virem a Portugal, mas também a fazerem com que a mudança aconteça.” Nas suas palavras, tal é imprescindível, porque “somos feitos de água, a alma portuguesa é feita de água”.

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