Grupos de trabalho identificaram “número elevado de oportunidades de melhoria” nos aeroportos
Articulação com Turismo de Portugal, agilização dos processos de credenciação e unidades de check-in móveis são exemplos de medidas adotadas ou em curso.
Os grupos de trabalho criados pela Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC) para preparar o verão encontraram um número elevado de oportunidades de melhoria nos aeroportos. Um dos desafios é a contratação de pessoal, tema que o regulador está a trabalhar com o Turismo de Portugal.
O supervisor avançou em maio com contactos para reunir vários intervenientes da aviação civil, como a ANA, concessionária dos aeroportos, a NAV, responsável pelo controlo do tráfego aéreo, a RENA, que representa as companhias aéreas em Portugal, ou as empresas de handling, como a Groundforce e a Portway.
Segundo resposta do regulador ao ECO, a autoridade contactou “proactivamente os diversos stakeholders da cadeia de valor do setor da aviação civil com o objetivo de serem identificados os potenciais constrangimentos nos vários aeroportos nacionais, de forma a permitir a respetiva avaliação e a criação de condições para uma efetiva recuperação do setor no verão 2022 nas infraestruturas aeroportuárias nacionais, com os menores constrangimentos possíveis”.
Deste trabalho resultou a identificação de “um número elevado de oportunidades de melhoria no sistema da aviação civil”, afirma o supervisor. “Nos casos das oportunidades de melhoria que não envolvem questões estruturais, tem vindo a ser possível encontrar soluções”, acrescenta.
Um dos desafios – transversal a vários atores da aviação civil – é a escassez de pessoal. A presidente da ANAC, Tânia Cardoso Simões, alertou no Parlamento em meados de junho que “a maior dificuldade para este verão é falta de recursos humanos”. Essa também foi uma das questões discutidas pelos grupos de trabalho, nomeadamente como “atenuar o impacto da falta de trabalhadores disponíveis“.
O ECO questionou a ANAC sobre as dificuldades e soluções encontradas. O regulador deu como exemplo o “trabalho conjunto com o Turismo de Portugal, uma vez que o setor do turismo enfrenta problemas semelhantes”. Além disso, garante que “estão a ser efetuados todos os esforços para agilizar os processos de obtenção das credenciais necessárias para aceder às áreas restritas, sem comprometer as questões de segurança”.
Outro exemplo de medidas discutidas e acordadas no âmbito dos grupos de trabalho prende-se com “o aumento de capacidade no check-in dos vários aeroportos, através da introdução de unidades de check-in móveis“.
O regresso à tão desejada normalidade, depois de 2 anos de pandemia, criou situações de retoma repentina que agora precisam de ser geridas.
“Estes são apenas alguns exemplos muito concretos de oportunidades de melhoria identificadas e medidas que foram ou estão a ser implementadas, para solucionar questões operacionais que podem ser solucionadas num curto prazo”, aponta a ANAC, salientando que a realidade que tem sido vivida no aeroporto de Lisboa “é comum a vários países”.
“O regresso à tão desejada normalidade, depois de dois anos de pandemia, criou situações de retoma repentina que agora precisam de ser geridas“, conclui o supervisor liderado por Tânia Cardoso Simões.
Numa carta de resposta à Deco, o Governo garantiu que está em “contacto permanente” com a ANAC e com a ANA para tomar as medidas necessárias para melhorar as condições oferecidas aos passageiros. “Está igualmente em marcha o Plano de Contingência para o Verão nos Aeroportos nacionais, que entrou ontem, 4 de julho, na fase de máxima afetação de meios”, assinala também o governante.
Na segunda-feira, a CEO da TAP alertou que as dificuldades das companhias aéreas e do handling nos aeroportos, que tem provocado atrasos e o cancelamento de voos, vão persistir nas próximas semanas.
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