Elétricos deverão representar mais de metade da venda global de carros em 2035 com Europa a liderar

Até 2035, a BCG estima que os elétricos sejam responsáveis por 9 em cada 10 vendas realizadas na Europa, mas alerta que baterias e falta de infraestrutura podem abrandar transição.

Os automóveis 100% elétricos vão representar mais de metade do mercado global de venda de carros novos até 2035 e, neste mesmo ano, representarão 9 em cada 10 das vendas de automóveis realizadas na Europa. A previsão, divulgada esta segunda-feira, é da Boston Consulting Group (BCG).

A BCG acredita já ter sido atingido “um ponto de viragem” na adoção de veículos elétricos, impulsionado pelas regulamentações europeia e americana destinadas a combater as emissões de dióxido de carbono (CO2), bem como pela mudança de estratégia dos fabricantes de automóveis e do número recorde de encomendas realizadas no ano passado.

Segundo o estudo, os veículos 100% elétricos representarão 20% do mercado global dos veículos ligeiros novos já em 2025, e em 2028 serão os modelos mais populares, ultrapassando os veículos de combustão e híbridos e representando, em 2035, 59% das matrículas novas a nível mundial.

União Europeia vai dominar mercado de venda dos carros elétricos

De acordo com o BCG, prevê-se que a União Europeia (UE) tenha uma quota de 93% em 2035, impulsionada pela proibição da comercialização, na região, de novos automóveis movidos a combustão a partir de 2035, enquanto os EUA registam uma quota de 68% e a China de 66%.

Mas a conversão a este tipo de automóvel não será abrangente. Segundo as conclusões do estudo, até 2027, países como a Índia, o Brasil e a Rússia deverão concentrar mais de 50% das vendas globais de motores estritamente a gasolina ou diesel, com os veículos 100% elétricos a representar apenas 35% das vendas, em 2035.

Baterias e infraestrutura podem abrandar transição

Embora a transição para a mobilidade eletrificada esteja a ganhar força rapidamente, a consultora identificou dois riscos de fornecimento de curto prazo que podem limitar o ritmo desta transição. Um deles será a escassez de oferta de metais necessários para fabricar baterias para veículos elétricos, incluindo lítio (cuja a procura deverá aumentar em 30%) e níquel. O segundo risco é a falta de infraestrutura de carregamento que, nos próximos anos, pode fazer com que a adoção de veículos elétricos abrande nos principais mercados, como os EUA.

“De acordo com as nossas perspetivas de mercado para vendas globais de veículos elétricos alimentados a bateria e híbridos recarregávéis plug-in, os atores da cadeia de fornecimento vão precisar de acelerar os esforços nessas áreas para acompanhar a procura futura”, explica a BCG no estudo divulgado.

“Para uma transição bem-sucedida, os diferentes players deste setor, desde os fabricantes de automóveis e baterias elétricas, aos fornecedores de infraestruturas de carregamento e gestores de redes elétricas, terão de criar as condições para conseguir responder à elevada procura”, afirma Carlos Elavai, managing partner da BCG em Portugal.

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