Confiança dos consumidores estabiliza, mas tencionam gastar menos em compras importantes
O indicador de confiança dos consumidores estabilizou em agosto, depois de ter aumentado no mês anterior. Famílias preveem redução dos gastos em compras importantes nos próximos meses.
A confiança dos consumidores em Portugal está a estabilizar, depois da queda abrupta registada em março, na sequência da guerra da Rússia na Ucrânia. Mas as famílias continuam a mostrar muita cautela em relação ao futuro, sobretudo num período marcado pelo agravamento do custo de vida, dando indicações de que vão reduzir os seus gastos em compras importantes, como eletrodomésticos e computadores.
De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), o indicador de confiança dos consumidores manteve em agosto a trajetória de estabilização que vem registado desde março, mês em que teve a segunda queda mais intensa de sempre, “só superada pelo início da pandemia”.
O início da invasão militar russa em território ucraniano a 24 de fevereiro mudou claramente as perspetivas das famílias em relação ao futuro, também por outra razão: além do pessimismo, trouxe consigo um acelerar dos preços dos bens que consumimos no dia-a-dia.
O INE explica que a estabilização da confiança das famílias teve por base dois fatores que se anularam mutuamente: por um lado, registou um contributo negativo das expectativas relativas à evolução futura da realização de compras importantes, como mobiliário, eletrodomésticos, computadores ou outros bens duradouros; isto foi compensado com contributos positivos das outras duas componentes do indicador, a saber, opiniões e expectativas relativas à situação financeira do agregado familiar e perspetivas sobre a evolução futura da situação económica do país.
Em situações de maior incerteza, as famílias tendem a ter mais cuidado nas suas decisões de consumo, dando prioridade aos bens essenciais e evitando (adiando) os maiores gastos em automóveis ou eletrodomésticos. O consumo de bens duradouros é por isso um importante indicador sobre a saúde de uma economia.
Aliás, em relação ao indicador de clima económico, o INE revela que registou uma diminuição em agosto, “contrariando o aumento registado em julho, afastando-se do nível observado em fevereiro, em que atingiu o máximo desde março de 2019”. O indicador tem por base as respostas das empresas em relação aos níveis de produção, encomendas e vendas.
Comércio, na Indústria Transformadora e na Construção tiveram quedas mais intensas nos indicadores de confiança, que aumentou, por seu turno, no setor dos Serviços.
O INE revela ainda que “os saldos das expectativas dos empresários sobre a evolução futura dos preços de venda diminuíram no Comércio, na Indústria Transformadora e nos Serviços, tendo estabilizado na Construção e Obras Públicas, após terem registado máximos em junho na Construção e Obras Públicas, em abril na Indústria Transformadora e nos Serviços e em março no Comércio”.
(Notícia atualizada às 10h15)
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