Petróleo desliza mais de 2% com inflação acima do esperado nos EUA

Matéria-prima desvaloriza mais de 2% no dia em que foi conhecido que a taxa de inflação homóloga nos EUA desacelerou para 8,3% em agosto. Ainda assim, dados ficaram acima do esperado pelos analistas.

Os preços do petróleo nos mercados internacionais estão a recuar mais de 2%, pressionados pelo dados da inflação nos EUA, que ficaram acima do esperado pelos analistas, o que aumenta os receios de novas subidas das taxas de juro por parte da Fed.

Pelas 18h32 de Lisboa, o barril de Brent, que serve de referência às importações nacionais, cedia 2,81% para 91,36 dólares, enquanto o WTI, negociado em Nova Iorque, desvalorizava 2,98% para 85,16 dólares.

Este desempenho acontece no dia em que o Departamento do Trabalho norte-americano revelou que a taxa de inflação homóloga nos Estados Unidos desacelerou para 8,3% em agosto, o que representa um recuo de 0,2 pontos percentuais face ao registado em julho e um recuo pelo segundo mês consecutivo. Além disso, no que respeita à variação em cadeia, o Índice de Preços no Consumidor (IPC) nos EUA aumentou 0,1% face ao registado em julho. Os analistas consultados pela Reuters antecipavam um recuo de 0,1%.

Estes dados aumentam a especulação de que a Fed vai manter o posicionamento agressivo na subida dos juros, devendo proceder a um novo aumento das taxas na próxima reunião, marcada para 20 e 21 de setembro. “A Fed pode ter que aumentar as taxas mais rápido do que o esperado, o que pode causar um sentimento de ‘risco’ no petróleo e mais acentuado para o dólar”, afirmou Dennis Kissler, vice-presidente da secção de mercados do BOK Financial, em declarações à Reuters. Recorde-se que o petróleo é geralmente cotado em dólares americanos, pelo que um dólar mais forte torna a commodity mais cara para os detentores de outras moedas.

A pressionar os mercados está ainda o prolongamento das medidas de confinamento na China, na sequência da política de zero Covid, bem como a redução dos stocks de “ouro negro” da reserva estratégia dos EUA. Na segunda-feira, o Departamento de Energia norte-americano revelou que os stocks de petróleo de emergência dos EUA encolheram para 434,1 milhões de barris na semana terminada a 9 de setembro. Trata-se de um queda de 8,4 milhões de barris face ao anterior balanço e representa o nível mais baixo desde outubro de 1984, isto é, em quase 38 anos.

Ainda assim, esta terça-feira a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) manteve as suas previsões sobre a procura global de petróleo para 2022 e 2023, sinalizando que as economias mundiais estão a responder melhor do que o esperado, apesar dos “ventos contrários”, como é o caso da inflação.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Petróleo desliza mais de 2% com inflação acima do esperado nos EUA

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião