BCE não deve subir juros muito depressa, alerta Centeno
Governador do Banco de Portugal considera que BCE não deve subir as taxas rapidamente, sob pena de prejudicar a economia. Centeno também não quer debate apressado sobre redução da carteira de dívida.
O Banco Central Europeu (BCE) não deve subir as taxas de juro muito rapidamente, pois poderia colocar um travão injustificado na economia, alertou esta quinta-feira o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno.
“Isso poderá diminuir o investimento num período em que precisávamos muito dele”, adiantou Centeno numa conferência na Lituânia, citado pela agência Reuters, acrescentando que subidas muito rápidas das taxas de juro podem obrigar o banco central a reverter os aumentos, o que seria prejudicial.
Desde julho, o BCE já subiu as taxas em 125 pontos base e prometeu mais subidas para conter a escalada da inflação que vai a caminho dos 10%, níveis históricos para a Zona Euro. Há quem defenda que o banco central deva voltar a aumentar as taxas em 75 pontos base na próxima reunião do conselho de governadores.
Centeno defende “passos mais pequenos quanto o possível”. “Há uma coisa com a qual estou sempre preocupado enquanto decisor, que é não ser forçado a voltar para trás no caminho que temos de seguir”, referiu o responsável português em entrevista dada à Bloomberg a partir da capital lituana.
“Se andarmos para frente e para trás, isso vai enviar sinais confusos aos mercados, aos agentes, aos nossos cidadãos – isso é mau”, salientou.
O antigo ministro das Finanças português considerou ainda que não se deve apressar o debate sobre a redução da carteira de obrigações do BCE, defendendo que o foco deve estar agora centrado na normalização da política monetária.
“Neste momento, a antecipação de outros debates pode, na minha opinião, ter um efeito desestabilizador que precisamos realmente de evitar”, disse Centeno. “Temos um caminho para a normalização da política monetária e esse é o foco neste momento”, acrescentou.
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