FMI alerta investidores para riscos dos fundos de investimento

O risco é particularmente maior no caso dos fundos de obrigações, que numa situação de quebra de liquidez para os níveis de março de 2020, pode provocar um aumento de 20% da volatilidade dos ativos.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) está preocupado com os potenciais danos que os fundos de investimento menos líquidos podem gerar na economia mundial. No capítulo 3 do do mais recente Global Financial Stability Report, os especialistas do FMI revelam que os fundos que permitem resgates diários e têm nas suas carteiras ativos pouco líquidos são um sério risco à estabilidade dos mercados.

Segundo o FMI, os fundos com estas características são um íman para amplificar os episódios de correção dos mercados porque, durante estes períodos, os investidores são tentados a desfazerem-se rapidamente dos ativos do mercado a qualquer custo. “Essas preocupações são particularmente pertinentes agora, à medida que os bancos centrais normalizam a política monetária no meio de uma incerteza quanto ao futuro da economia”, lê-se no documento publicado esta terça-feira.

Entre os ativos mais penalizados estão as obrigações, que tradicionalmente são ativos menos líquidos do que as ações, por exemplo. Nas contas do FMI, “um declínio significativo na liquidez dos fundos [de obrigações], tal como o observado durante a turbulência do mercado em março de 2020, pode aumentar a volatilidade do retorno das obrigações em mais de 20%.”

Para evitar mais ruído nos mercados, o FMI salienta a necessidade de os reguladores estarem particularmente atentos aos níveis de liquidez dos fundos. Além disso, chamam a atenção para a necessidade de os gestores dos fundos de investimento terem o cuidado de recorrerem a instrumentos e a estratégias que possibilitam reduzir o risco dos investidores durante períodos de maior pressão nos mercados.

Desde o início da guerra da Rússia na Ucrânia, a 24 de fevereiro, a volatilidade dos mercados agravou-se consideravelmente. Na semana passada, o mercado obrigacionista chegou a atingir um dos níveis de volatilidade mais elevada desde a crise financeira de 2008.

A incerteza quanto ao futuro e o medo entre os investidores instalou-se, levando a que muitos tenham procurado desfazer-se das suas posições a qualquer custo. Este comportamento tem provocado picos de queda bastante acentuados em alguns ativos, particularmente junto daqueles com menor liquidez, como são algumas obrigações e fundos de obrigações.

Para os pequenos investidores fica o alerta: por mais fantástico que aparenta ser um fundo ou outro qualquer ativo financeiro, é imperativo garantir que quando necessitar de o vender não terá de o fazer a qualquer custo e a qualquer preço.

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