Misericórdias pressionam Governo para ajustar “custo das respostas sociais”

  • Lusa
  • 15 Outubro 2022

“Para cooperar com o Estado precisamos de ter valores justos do custo das respostas sociais", diz Manuel de Lemos. Tempos são "particularmente difíceis" com aumento das despesas das misericórdias.

O presidente da União das Misericórdias Portuguesas apelou este sábado a uma cooperação rápida do Estado para que aquelas instituições possam continuar a prestar um serviço de qualidade aos utentes, face à inflação que criou “novas dificuldades de sustentabilidade”.

“Perante a enormidade desta inflação o apelo é para que sejamos todos mais rápidos a tomar decisões”, afirmou Manuel de Lemos, em declarações à agência Lusa.

O responsável falava à margem do XV Congresso Insular das Misericórdias dos Açores e da Madeira, que decorre até domingo na ilha do Faial, dedicado ao tema “Sustentabilidade das Misericórdias: Caminhos para o Futuro”, evento promovido pela União das Misericórdias Portuguesas (UMP).

“Nós todos, incluindo o Estado, fomos surpreendidos por esta inflação que vem no fim da pandemia de Covid-19. E, quando pensávamos ter alguma calma fomos bombardeados por esta inflação que nos surpreendeu a todos e que vem criar novas dificuldades em sede de sustentabilidade”, alertou Manuel de Lemos.

O presidente da União das Misericórdias Portuguesas alertou que os tempos atuais são “particularmente difíceis”, devido aos sucessivos aumentos de despesas das misericórdias, por causa da crise inflacionista.

“Desde o 25 de abril que o Estado pediu que colaborássemos nas inúmeras responsabilidades em sede de políticas sociais. E nós temo-lo feito. Simplesmente para cooperar com o Estado precisamos de ter valores justos do custo das respostas sociais”, salientou.

Face a uma conjuntura económica “desfavorável”, o responsável realçou, no entanto, “a resistência” das misericórdias, destacando, por exemplo, o caso da instituição da Horta, na ilha do Faial, que está a comemorar 500 anos. “Vamos atravessando os tempos sempre a ajudar os outros da maneira que podemos”, frisou Manuel de Lemos.

As instituições que cuidam das pessoas têm de ser particularmente cuidadas. Só podemos ajudar os outros se cá estivermos. Vivemos tempos particularmente difíceis, surpreendidos pela inflação inesperada.

Manuel de Lemos

Presidente da União das Misericórdias Portuguesas

À Lusa, o responsável defendeu ainda a aposta no diálogo, “num momento extremamente difícil para as pessoas e para as instituições”. “As instituições que cuidam das pessoas têm de ser particularmente cuidadas. Só podemos ajudar os outros se cá estivermos. Vivemos tempos particularmente difíceis, surpreendidos pela inflação inesperada”, sustentou ainda o presidente da União das Misericórdias Portuguesas

O Congresso Insular das Misericórdias dos Açores e da Madeira, que arrancou na sexta-feira, centra-se em dois temas estratégicos: ‘Sustentabilidade no Setor Social’ e ‘As Misericórdias e as Políticas Sociais no Futuro’.

O objetivo é debater os desafios futuros que as Santas Casas enfrentam, não só para continuarem a garantir respostas sociais eficientes à população, mas também para poderem qualificar os seus recursos humanos, lê-se num comunicado da União das Misericórdias Portuguesas (UMP).

O encontro está a refletir ainda sobre os desafios do envelhecimento em Portugal e sobre a proposta do novo modelo de serviço de apoio domiciliário, adequado às características sociais e geográficas do país e às necessidades das novas gerações de idosos. A par do Congresso vão decorrer várias iniciativas para celebrar os 500 anos da Santa Casa da Misericórdia da Horta.

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