Moody’s reduz rating do grupo chinês Fosun

  • Lusa
  • 26 Outubro 2022

A agência cortou o rating do grupo chinês Fosun, que detém participações na Fidelidade, Millennium BCP e REN, de B1 para B2. Fosun pode enfrentar dificuldades em refinanciar a dívida de curto prazo.

A agência de notação financeira Moody’s cortou esta quarta-feira o rating do grupo chinês Fosun, que detém várias empresas em Portugal, de B1 para B2, numa altura em que a empresa está a desfazer-se de vários ativos. A decisão da Moody’s surge depois de, na semana passada, o conglomerado chinês ter anunciado que planeia vender a sua participação maioritária na Nanjing Nangang Iron & Steel United, que está cotada na Bolsa de Xangai, por 16 mil milhões de yuans (2,2 mil milhões de euros).

A decisão visa incrementar os rácios de liquidez da empresa, que tem a pagar oito mil milhões de dólares (cerca de 7976 mil milhões de euros ao câmbio atual) em títulos de dívida até ao final de 2023, segundo dados compilados pela agência Bloomberg.

A Fosun e as suas unidades já cortaram participações em empresas como a New China Life Insurance e Shanghai Yuyuan Tourist Mart Group. Entre os ativos vendidos este ano pelo grupo constam ainda uma posição no valor de 500 milhões de euros na Tsingtao Brewery, a principal marca de cervejas da China, 5% do grupo chinês Taihe Technology, no valor de 43 milhões de euros, ou 6% do capital da empresa Zhongshan, por 100 milhões de euros, de acordo com a cotação atual no mercado.

A Fosun realizou, nos últimos dez anos, uma série de aquisições além-fronteiras, adquirindo em Portugal a seguradora Fidelidade, uma participação de quase 30% no banco Millennium BCP ou mais de 5% da REN – Redes Energéticas Nacionais. Entre os ativos mais conhecidos constam a cadeia hoteleira Club Med e o clube inglês de futebol Wolverhampton Wanderers.

Embora a venda de ativos permita aumentar o rácio de liquidez da empresa, uma queda de aproximadamente 30% no valor de mercado das principais participações da Fosun, entre o final de junho e 20 de outubro, devido à diluição e diminuição do preço das ações, corroeu a sua margem de financiamento, disse a Moody’s, em comunicado.

A Fosun vai provavelmente enfrentar dificuldades em refinanciar a sua considerável dívida de curto prazo nos mercados de títulos doméstico e estrangeiro, indicou a agência de rating. O dinheiro em caixa disponível do grupo é insuficiente para cobrir a sua dívida de curto prazo, com vencimento nos próximos 12 meses, acrescentou.

Um relatório do Citigroup, difundido na terça-feira, disse que a empresa planeia vender entre 50 mil milhões e 80 mil milhões de yuans (7 mil milhões e 11 mil milhões de euros) em ativos não essenciais, ao longo dos próximos 12 meses. O relatório destacou que a empresa considera a Fidelidade como essencial, não estando prevista a sua venda.

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