Dívida pública cai para 120,5% do PIB, abaixo da pandemia

Dívida pública baixou para o rácio mais baixo desde o primeiro trimestre de 2020, ou seja, desde a pandemia. E deverá cair para 115% até final do ano, segundo as contas do Governo.

A dívida pública caiu no terceiro trimestre para um valor equivalente a 120,5% do Produto Interno Bruto (PIB), atingindo valores abaixo dos registados antes da pandemia, de acordo com o Banco de Portugal. O rácio deverá cair para 115% do PIB no quarto trimestre, segundo o Governo.

Em março de 2020, a dívida pública estava nos 119,1% do PIB, tendo disparado para 138,3% no início de 2021, por conta dos apoios massivos do Governo às famílias e empresas (que fez aumentar a dívida em termos brutos) e também da queda abrupta da atividade económica devido aos confinamentos e fecho das fronteiras em todo o mundo para evitar a propagação do vírus da Covid-19.

Desde que atingiu esse pico no primeiro trimestre do ano passado, o endividamento do Estado tem vindo a cair de forma considerável e o Governo aponta para que rácio da dívida face ao PIB atinja os 115% no final deste ano – e alcance os 110,8% no próximo ano. Para esta descida vai contribuir o reembolso de um cheque de 8,4 mil milhões de euros que o IGCP realizou no mês passado. O ministro das Finanças já sublinhou o desejo de tirar Portugal do grupo de países com as maiores dívidas públicas na Zona Euro. Apenas Itália e Grécia têm rácios superiores a Portugal.

Dívida pública em queda

Fonte: Banco de Portugal e previsão do Governo para o final do ano.

Almofada reforçada

Segundo o Banco de Portugal, a dívida pública até aumentou 1,6 mil milhões de euros em setembro, totalizando os 279,8 mil milhões de euros. Contudo, a expansão do PIB mais do que acomodou este aumento, permitindo que o rácio baixasse 2,9 pontos percentuais no terceiro trimestre em relação ao trimestre anterior.

A instituição liderada por Mário Centeno explica que a subida do endividamento público em setembro refletiu “o aumento de responsabilidades em depósitos (900 milhões de euros), sobretudo em certificados de aforro, e as emissões líquidas de títulos de dívida (700 milhões de euros).

Fonte: Banco de Portugal

Por outro lado, os depósitos das administrações públicas aumentaram 3,6 mil milhões de euros. Na prática, as administrações públicas dispõem de uma “almofada financeira” de cerca de 29 mil milhões de euros, a maior desde, pelo menos, o final de 2018, numa altura em que os governos em todo o mundo enfrentam uma subida dos custos de financiamento por causa da subida dos juros do Banco Central Europeu (BCE).

Deduzida dessa almofada, a dívida pública líquida registou um decréscimo de 2 mil milhões de euros em setembro, atingindo os 250,5 mil milhões de euros, segundo o Banco de Portugal.

(Notícia atualizada às 11h35)

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