Banco de Portugal dá luz verde à liquidação do Efisa
Governo reconduz equipa de Sofia Torres na Parvalorem. Liquidação do Banco Efisa já recebeu autorização do regulador, depois de duas tentativas falhadas de venda. Parparticipadas mais perto do fim.
O Banco de Portugal já deu luz verde para a liquidação do Banco Efisa, depois de duas tentativas falhadas de venda da instituição financeira gerida por um veículo do Estado, na sequência da nacionalização do BPN, em 2008. Fecha portas dentro de um ano.
“O plano de liquidação do Banco Efisa foi recentemente aprovado pelo Banco de Portugal, antecipando-se um período de 12 meses para a sua execução e conclusão”, adiantou a Parparticipadas em resposta por escrito ao ECO.
Há anos que aquele veículo tenta vender o Banco Efisa, mas sem sucesso. Teve compradores, mas os processos nunca foram autorizados pelos reguladores. Primeiro foi a Pivot – sociedade constituída por um grupo de investidores onde se incluía a Aethel, de Ricardo Santos Silva e Aba Schubert, ou o ex-ministro Miguel Relvas –, que chegou a oferecer quase 40 milhões, em 2015. Mais recentemente, o grupo árabe Bahrein IIBG Holdings deu 28 milhões de euros. Nenhum conseguiu selar o negócio. Também a sociedade portuguesa FIRMA mostrou interesse na licença bancária depois de ter caído a venda ao grupo árabe.
O Banco Efisa apresenta uma situação líquida bastante positiva, de mais de 30 milhões de euros. O capital próprio melhorou no ano passado, depois do lucro de 3,6 milhões, à boleia da reversão de imparidades para crédito na ordem dos cinco milhões. Ainda assim, nos anos anteriores, acumulou prejuízos de cerca de 15 milhões entre 2017 e 2020.
Agora, com a liquidação do banco, a Parparticipadas (um dos três veículos criados para gerir os despojos do BPN, responsável pelos ativos financeiros do ex-BPN) fica um passo mais perto da sua extinção por via da fusão na Parvalorem, seguindo o caminho da Parups (geria as obras de arte).
Para isso se concretizar, além da extinção do Banco Efisa, a Parparticipadas precisará ainda de vender a Imofundos e o fundo Imonegócios, cujo processo de alienação será lançado até final do ano, num negócio avaliado em cerca de 250 milhões de euros.
Governo reconduz Sofia Torres na Parvalorem
Entretanto, Sofia Torres foi reconduzida no cargo de presidente da Parvalorem para cumprir um mandato de três anos, com o objetivo de prosseguir a reestruturação daquela sociedade.
Até 2024, a missão da sua equipa passará por “reduzir estrutura de custos, para que seja menos onerosa para o Estado a missão de recuperar os ativos que foram adquiridos ao BPN”, sendo que grande parte dos ativos já foram liquidados – tinham sido recuperados 1,65 mil milhões de euros em numerário no universo das três PAR, mil milhões dos quais por via da Parvalorem.
Como as outras duas PAR, também o destino da Parvalorem passará pela sua extinção. Mas já não deverá acontecer durante o atual mandato de Sofia Torres, pois “subsiste uma carteira de crédito de dimensão ainda expressiva e cuja expectativa temporal para a sua recuperação ultrapassa” 2024. A sociedade diz que ainda está avaliar o lançamento de um processo para a externalização de parte da carteira de crédito e imóveis em sua posse.
Atualmente, o Estado é o único credor das PAR. A dívida tem vindo a reduzir-se progressivamente desde 2018 (atingiu 5,5 mil milhões) e deverá recuar para 5,1 mil milhões de euros até final deste ano, antecipa a Parvalorem.
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