Football Leaks: Rui Pinto recusa-se a explicar crimes perante os assistentes do processo
O criador da plataforma eletrónica Football Leaks, Rui Pinto, recusou-se esta segunda-feira a prestar mais declarações em tribunal, após quatro sessões em que falou ao coletivo de juízes.
O criador da plataforma eletrónica Football Leaks, Rui Pinto, recusou-se esta segunda-feira a prestar mais declarações em tribunal, após quatro sessões em que falou ao coletivo de juízes.
A recusa de continuar a prestar declarações ocorre num momento em que o arguido seria questionado pelos assistentes do processo. Ou seja: as entidades e pessoas que sentiram diretamente afetadas pelos alegados crimes do pirata informático. Neste processo são assistentes os advogados João Medeiros, Rui Costa Pereira, Inês Almeida Costa, a PLMJ, o Sporting Clube de Portugal, a Federação Portuguesa de Futebol, a Doyen e a Ordem dos Advogados.
“Por respeito ao princípio da lealdade processual, Rui Pinto não irá prestar mais declarações nem responder a questões de outros intervenientes do processo, considerando que respondeu a todas as questões que lhe foram colocadas pelo coletivo e, bem assim, aos esclarecidos solicitados pelo Ministério Público nas passadas audiências de julgamento dos dias 10, 17, 24 e 31 de outubro”, explica a notificação do arguido, a que o ECO teve acesso.
Rui Pinto começou a prestar declarações perante o coletivo de juízes que o está julgar desde 4 de setembro de 2020, no âmbito de um processo no qual responde por um total de 90 crimes, em 10 de outubro.
No início da sessão desta segunda-feira, depois de ter sido conhecida a intenção do arguido, a advogada da Doyen solicitou a reprodução e valoração das declarações prestadas perante o juiz de instrução criminal em 22 de março de 2019.
Francisco Teixeira da Mota, advogado de Rui Pinto, opôs-se à reprodução mas vão à valoração das declarações, nas quais existem algumas contradições entre as que foram prestadas em julgamento e na anterior fase processual.
Rui Pinto, de 34 anos, responde por um total de 90 crimes: 68 de acesso indevido, 14 de violação de correspondência, seis de acesso ilegítimo, visando entidades como o Sporting, a Doyen, a sociedade de advogados PLMJ, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR), e ainda por sabotagem informática à SAD do Sporting e por extorsão, na forma tentada. Este último crime diz respeito à Doyen e foi o que levou também à pronúncia do advogado Aníbal Pinto.
O criador do Football Leaks encontra-se em liberdade desde 7 de agosto de 2020, “devido à sua colaboração” com a Polícia Judiciária (PJ) e ao seu “sentido crítico”, mas está, por questões de segurança, inserido no programa de proteção de testemunhas em local não revelado e sob proteção policial.
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