Taxa média para novos empréstimos à habitação atinge máximo de quase oito anos

Novos dados mostram disparo de 2,23% em setembro para 2,86% em outubro, que é maior subida mensal desde o início da série estatística do Banco de Portugal. Juros dos depósitos já começaram a subir.

A taxa de juro média dos novos empréstimos à habitação subiu para 2,86% em outubro (compara com 2,23% em setembro), que é o valor mais elevado desde janeiro de 2015. É a maior subida mensal desde o início da série estatística do Banco de Portugal (BdP), em 2003.

Em outubro, os bancos concederam 1.798 milhões de euros de novos empréstimos aos particulares, isto é, 211 milhões a menos do que em setembro. Foram 1.197 milhões de crédito à habitação, 412 milhões de crédito ao consumo – que viu a taxa de juro média subir para 8,06% – e ainda 189 milhões de crédito para outros fins.

De acordo com os dados publicados esta sexta-feira pelo BdP, 88% dos novos empréstimos à habitação em outubro destinaram-se à aquisição ou construção de habitação própria permanente – e, entre esses, 83% concedidos a taxa variável, sendo a Euribor a 6 meses o principal indexante. Apenas 6% do montante total de empréstimos à habitação foram concedidos para a aquisição de habitação secundária e 6% para obras.

Desagregando os números por tipo de taxa de juro, ainda no caso dos novos empréstimos para habitação própria permanente, na variável o valor médio subiu de 0,6% para 2,6% entre dezembro de 2021 e outubro de 2022. Já no caso dos empréstimos a taxa fixa, subiu no mesmo período de 2,1% para 4,1%. No final de outubro, a taxa de juro média do stock em dívida era de 1% no regime variável e de 2,4% no fixo.

Em outubro, a prestação média mensal dos empréstimos para habitação própria permanente era de 315 euros, mais 36 euros do que no final de 2021.

no caso das empresas, o valor dos novos empréstimos concedidos pelos bancos baixou 395 milhões de euros face ao mês anterior, para 1.432 milhões em outubro. A taxa de juro média voltou a aumentar e fixou-se em 3,72% (3,03% em setembro), subindo tanto nos empréstimos até 1 milhão de euros (de 3,30% para 4,04%) como nos empréstimos acima de 1 milhão de euros (de 2,73% para 3,21%).

Remuneração dos depósitos a prazo dá maior salto da década

Após o disparo da taxa de juro diretora definida pelo Banco Central Europeu, também os novos depósitos a prazo começam a ser mais bem remunerados pelos bancos. A taxa de juro média para os particulares subiu de 0,05% em setembro para 0,24% em outubro. É a mais elevada desde novembro de 2017 e representa a maior subida mensal desde fevereiro de 2012.

O montante de novos depósitos a prazo constituídos por particulares ascendeu a 4.726 milhões de euros, dos quais 4.205 milhões de euros foram aplicados em depósitos a prazo até um ano, remunerados a uma taxa de juro média de 0,23%, de acordo com os números divulgados pelo BdP.

Finalmente, no caso dos novos depósitos a prazo feitos pelas empresas, cujo total rondou o 3.233 milhões de euros, 3.026 milhões foram aplicados com prazo até um ano e remunerados a uma taxa de juro média de 0,44%.

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