APRIL reforça liderança no “top 100” dos mediadores de seguros em Portugal. Veja o ranking

  • ECO Seguros
  • 9 Dezembro 2022

Os mediadores ou agentes de seguros trazem milhares de milhões de vendas às seguradoras e estão em adiantada fase de concentração empresarial. Veja o "top 100" e o que as faz serem as maiores.

A April Portugal, uma das 17 unidades do grupo líder da distribuição de seguros em França, reforçou a sua liderança entre as medidoras de seguros em 2021 em Portugal, atingindo um volume de negócios próximo dos seis milhões de euros, tendo também subido os seus resultados líquidos em 50%, relativamente a 2020, para 820 mil euros. A Mercer, empresa do grupo Marsh subiu ao segundo lugar, com 5,2 milhões de euros de faturação anual, enquanto a Santogal, na sua qualidade de mediadora de seguros, é a terceira maior, com perto de cinco milhões de euros de volume de negócios.

Sérgio Nunes, CEO da APRIL Portugal, a distribuidora francesa duplicou as suas vendas nos últimos cinco anos

O ranking foi estabelecido em resultado de uma parceria entre a Informa D&B — empresa que oferece informação e conhecimento sobre o tecido empresarial em Portugal e Espanha e que forneceu as informações objetivas sobre os dados da atividade de todas as sociedades mediadoras de seguros em Portugal em 2021 — e o ECOseguros, que lhe deu um tratamento editorial.

A mediação é um dos principais canais de distribuição de seguros em Portugal. Segundo um relatório da Associação Portuguesa de Seguradores (APS), em 2021, a venda direta de seguros pelas companhias, através de balcões ou lojas, internet e telefone contou apenas 4,8% do negócio. O canal mediação pesou 94,4% e neste grupo e dentro desta categoria, os bancos pesaram 52,5% de todas as vendas, com especial ênfase no Ramo Vida e essencialmente de seguros associados ao crédito à habitação. Os Correios contaram com 2,3% das vendas. As restantes vendas de seguros em 2021, segundo dados calculados a partir de valores da APS, 39,6% do total, foram conseguidas por mediadores.

Estes mediadores, já utilizando um estudo divulgado pela ASF, entidade supervisora do setor, obtiveram um total de remunerações ou comissões de 1.041 milhões de euros em 2021, dos quais 2,2 milhões (0,2%) foram para mediadores de resseguros, 8,9% para mediadores individuais – muitas vezes pessoas singulares que acumulam seguros com outras profissões -, e os cerca de 70 corretores ativos faturaram, em conjunto, quase 166 milhões de euros. O restante foi obtido por mediadores coletivos sob a forma de sociedades no total em 787 milhões de euros e que representam 75,6% de todas as comissões.

A atividade da mediação de seguros, atualmente com a designação de “agentes”, mantém-se pulverizada apesar da redução drástica sucedida na última década. No final de 2021, segundo dados da ASF, estavam ativos 11.932 mediadores, dos quais 3.748 eram sociedades e 8.184 eram profissionais individuais.

As sociedades de mediação presentes no “top 100”, sendo menos de 1% dos mediadores coletivos, obtiveram 17% das receitas em 2021 conseguidas por estes, cerca de 133 milhões de euros, crescendo 12,4% relativamente a 2020, com lucros 15% acima de um ano antes num total de 36,3 milhões de euros.

O que faz crescer a April em Portugal

Acima de um milhão de euros de volume de vendas estão as 35 primeiras mediadoras coletivas, com liderança da April Portugal. É uma grande distribuidora com base em França, está em 18 países – depois da recente entrada no Dubai – e fatura 544 milhões de euros por ano, o que leva Portugal a representar, por enquanto, 1% do negócio global.

No entanto, uma estratégia ativa, de conseguir retirar da órbita dos bancos seguros de Vida ligados ao crédito à habitação, tem colocado a April na rota do crescimento, que no último ano atingiu 17,5% relativamente a 2020 e, nos últimos cinco anos, duplicou o volume de vendas em Portugal.

Com mais de 400 mediadores a trabalhar em exclusivo neste negócio para a April, a mediadora tem-se afirmado, segundo fontes do mercado, devido a comissionamento favorável aos agentes e a preços competitivos das apólices. A empresa coloca a maioria dos seguros de Vida em França na Axéria Prévoyance, uma companhia sob supervisão, com um volume de cerca de 400 milhões de euros de prémios por ano. Tem também, na sua oferta, outros seguros de pessoas distribuídos pela sua rede de mediação.

35 maiores faturam mais de um milhão de euros

Vivendo essencialmente de comissões pagas pelas seguradoras que aceitam as suas apólices, a mediação de seguros pode, estimativa ECOseguros, emitir prémios no valor de cinco mil milhões a seis mil milhões de euros por ano. No entanto, a concentração está a acontecer devido a uma crescente integração em grupos de corretagem e a movimentos de fusão ou de aquisições entre mediadoras, mas também existem as mediadoras exclusivas de uma só companhia.

Grandes subidas entre as que faturam 700 mil e um milhão de euros

No ranking das 100 maiores corretoras 42 são multimarca, fazendo da diversidade de escolhas para oferecer aos clientes a sua vantagem. As ligadas a grupos corretores são 13, para além da APRIL, quatro estão na órbita da corretora Villas Boas, três da MDS, duas da CBK, enquanto os corretores F.Rego, Sabseg e Marsh contam com uma parceira de mediação no “top 100”.

Ainda há 22 mediadoras exclusivas de seguradoras, sete da Tranquilidade, cinco da Fidelidade, quatro do Grupo Ageas, e uma da Lusitania, da Zurich e da Allianz. Os mediadores/agentes de seguros podem ter ligações diretas a companhias de seguros, ao contrário dos corretores que têm de ser independentes destas, sendo mesmo obrigados a dispersarem a carteira de seguros angariados por várias seguradoras diferentes.

Em relação a volume de faturação, a primeira classificada faturou quase seis milhões de euros e a n.º 100, Gonçalo Faísca – Mediação de Seguros, obteve um volume de vendas de 535 mil euros, pouco mais que a Dêncio, que por três mil euros ficou no lugar 101. No núcleo de 35, acima do milhão de vendas o destaque vai para a Vitorinos, que entrou no top 10 após um crescimento de 34%, a Europamut, exclusiva da seguradora de saúde mgen, que subiu a 15.ª, a Maratona Vanguarda, de Braga, que ganhou nove lugares para 20.º e a Joana & André, de São Vicente da Beira que, após um crescimento de 85%, ganhou 16 lugares para 22.º.

Foram 27 as mediadoras que faturaram entre 700 mil euros e um milhão. Destacam-se a Multigaia que ganhou 18 lugares para 36.º, a S.G.S. que subiu 54 posições após crescer 86% as suas vendas em 2021 a Ritual Seguros, exclusiva Ageas, foi para 46º de 64.ª em 2020, a leiriense Startmed que ganhou 29 lugares, a Nuno Pintassilgo, exclusiva da Tranquilidade em Loulé, que passou a ser 54.ª maior do país e a CBK Açores que cresceu negócio em 33% subindo 18 lugares no ranking.

Sete mediadoras com entrada direta para o ranking das 100 maiores

Entre as 38 últimas do “top 100”, destaque para as que entraram de novo no ranking. O Meu Agente, exclusiva da Tranquilidade em Meda, foi direta para 79.º lugar, a Insure, da rede MDS, para 85.º, e deVere & Partners de Gaia para 86.º, a Segursal, exclusiva Fidelidade em Alcácer do Sal para 88.º, a Citylar, da Mealhada, para 89.º e finalmente a CBK Lisboa, para 99º, e a Gonçalo Faísca para n.º 100 (quando um ano antes era 113.ª).

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