INE confirma desaceleração da inflação para 9,9% em novembro

Confirma-se o abrandamento da inflação no mês passado. Mesmo assim, preços dos bens alimentares e bebidas não alcoólicas e alcoólicas aumentaram.

A inflação abrandou mesmo para 9,9% em novembro, confirmou o Instituto Nacional de Estatística (INE) esta quarta-feira. No entanto, a inflação subjacente (sem energia e alimentos não transformados) acelerou para máximos de 29 anos. Destaca-se o aumento dos preços dos bens alimentares e bebidas não alcoólicas e alcoólicas, bem como do tabaco.

Tal como já tinha sido adiantado na estimativa rápida, os índices dos produtos energéticos (com uma variação de 24,7%) e os produtos alimentares não transformados (18,4%) abrandaram, mas os preços dos produtos alimentares transformados aceleraram, registando uma variação de 16,8% (14,1% no mês precedente).

Olhando para as categorias mais detalhadas, agora disponíveis, pode-se verificar que, face ao mês precedente, “são de destacar os aumentos das taxas de variação homóloga dos bens alimentares e bebidas não alcoólicas, da saúde e das bebidas alcoólicas e tabaco, com variações de 20,0%, -2,3% e 3,8% respetivamente (18,6%, -3,2% e 3,0% no mês anterior)”. Apesar de acelerar, a classe da saúde foi a única a registar um contributo negativo, o que se deve nomeadamente à eliminação progressiva das taxas moderadoras.

Por outro lado, em novembro abrandaram os preços das classes dos transportes e dos restaurantes e hotéis para respetivamente, 7,9% e 12,8% (9,9% e 16,3% no mês anterior).

Já para a taxa de variação mensal (0,3%), foram os bens alimentares e bebidas não alcoólicas que deram o maior contributo positivo (isto é, para a subida). No sentido inverso, a classe com maior contributo negativo para a variação mensal do IPC foi a dos restaurantes e hotéis.

A um nível mais detalhado, “são de realçar as contribuições positivas dos sub-subgrupos dos jogos e apostas, do queijo e requeijão, dos
medicamentos e especialidades farmacêuticas, do vinho e do leite magro de vaca”. Já com uma contribuição negativa sobressaem os hotéis, motéis, pousadas e serviços de alojamento similares, o gasóleo, a gasolina, os produtos hortícolas frescos e frigorificados, exceto batatas e outros tubérculos e o gás natural.

Quanto ao Índice Harmonizado de Preços no Consumidor, indicador utilizado para as comparações europeias, desacelerou para 10,2%. Mesmo assim, ficou acima da média da Zona Euro (em outubro, a taxa de variação homóloga do IHPC português tinha sido idêntica à da área do Euro, como nota o INE).

É de recordar que o valor do IPC sem habitação deste mês é utilizado para o cálculo da atualização de pensões. O valor foi mais elevado do que o esperado pelo Governo quando determinou os aumentos para o próximo ano, pelo que quando foi divulgada a estimativa rápida, no final de novembro, o Executivo indicou que iria corrigir os valores das atualizações em 2023.

(Notícia atualizada às 11h30)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

INE confirma desaceleração da inflação para 9,9% em novembro

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião