Rentabilidade da banca em máximos de mais de uma década
Com lucros a dispararem, bancos estão a aumentar a sua rentabilidade: o REO superou os 8% no terceiro trimestre, atingindo máximos de mais de uma década.
O ano de 2022 tem sido positivo para os bancos, que estão a aumentar consideravelmente os lucros. Com isso, a rentabilidade dos capitais próprios também está a disparar: superou os 8% no terceiro trimestre, atingindo máximos de mais de uma década.
De acordo com os dados divulgados esta quinta-feira pelo Banco de Portugal, o sistema bancário português fechou o trimestre passado com um ROE (return on equity, em inglês) de 8,3%, aumentando 2,9 pontos percentuais em relação ao terceiro trimestre de 2021.
À boleia do aumento da margem e das comissões, os cinco principais bancos em Portugal tiveram lucros de 1,89 mil milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, duplicando os resultados em comparação com o mesmo período do ano passado, o que ajudou a melhorar a rentabilidade do setor que tem como referencial o valor de 10%.
Nem todos estão no mesmo patamar de rentabilidade. Enquanto Caixa, Santander e Novobanco já apresentam uma rentabilidade suficiente para cobrir o custo de capital, o BCP continua com um cenário desafiante pela frente, muito por culpa do negócio na Polónia, que continua a dar dores de cabeça.
ROE em máximos de mais de uma década
Fonte: Banco de Portugal e APB; Dados de 2022 referentes ao terceiro trimestre.
A rentabilidade tem sido um dos calcanhares de Aquiles da banca portuguesa nos últimos anos. É preciso recuar a 2007 para observar um ROE superior a 10%. Nos anos da crise financeira a banca chegou a atingir uma rentabilidade de quase -20% – foi no ano de 2014, em que foi resolvido o BES e criado o Novobanco.
Outro indicador que tem mostrado uma tendência favorável para os bancos nos últimos anos: a redução do malparado. Segundo o supervisor liderado por Mário Centeno, o rácio de NPL (non performing loans, em inglês) caiu para 3,2% no terceiro trimestre – chegou a superar os 17% em 2016. Os bancos têm vindo a fazer um esforço para limpar os ativos problemáticos do balanço, através de recuperações de dívidas, curas e vendas de carteiras. Já o rácio de NPL líquido de imparidades baixou para 1,5.
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