PSI é dos poucos índices no mundo que fugiu à onda vermelha de 2022

À boleia da subida de 48% das ações da Galp, o índice principal da Euronext Lisboa valorizou 2,8% em 2022. Na Europa, só o índice grego superou o PSI.

O principal índice acionista nacional foi uma das poucas estrelas a brilhar em 2022. Apesar de ter terminado a última sessão do ano a cair 1,24%, fechou o ano com um desempenho de 2,81%. Na Europa, apenas o grego ASE conseguiu superar os ganhos do PSI, ao registar uma valorização de 4%, numa região, a europeia, que registou o pior ano para as ações desde 2008.

No lote dos principais índices acionistas europeus que fecharam o ano com ganhos só há lugar para mais um: o britânico Footsie, que agrega as 100 maiores empresas britânicas, que encerrou o ano com uma valorização de 0,9% (apesar de quando medido em euros registar uma desvalorização de 4,1%).

A puxar pelo PSI esteve a Galp Energia, que à boleia da subida do preço do petróleo registou no último ano ganhos de 48%. Foi o melhor ano da petrolífera desde 2009. E destaque ainda para o desempenho das ações da Greenvolt, que no primeiro ano completo que passa em Bolsa (realizou o IPO em julho de 2021) registou uma valorização de 25,6%.

Na terceira posição do pódio das sete empresas do PSI que terminaram o ano com ganhos está a Altri. A empresa liderada por José Pina terminou 2022 com uma valorização acumulada de quase 20%, muito por conta de uma participação de 16,6% na Greenvolt – depois de ter começado o ano com uma participação de 58,7% na empresa de energias renováveis.

“Sorte” bem diferente tiveram os acionistas das restantes sete empresas que constituem o PSI. Particularmente os titulares de ações dos CTT Correios de Portugal e da Corticeira Amorim, que encerram o ano com perdas de 32,5% e 21,6%, respetivamente.

Fonte: Refinitiv.

Onda vermelha na Europa e no mundo

O ano que terminou há dias não foi particularmente benevolente com os investidores. De acordo com o índice mundial MSCI World, as ações terminaram 2022 com perdas de 19,5% (ou 13% em euros). Foi o pior ano para as ações desde 2008.

A queda dos mercados em 2022 encerra um período de três anos consecutivos de subidas das ações, que se traduziu numa taxa de rendibilidade média anual de 22% entre 2019 e 2021.

Na Europa, o sentimento pessimista entre os investidores foi bem notório ao longo do último ano: por cada ação que fechou com ganhos contabilizaram-se quatro com perdas.

As ações europeias presentes no índice Stoxx 600 fecharam 2022 com uma desvalorização média de 12,9% e as ações das 50 maiores empresas da Zona Euro, que fazem parte do índice Euro Stoxx 50, terminaram o ano com perdas de 11,9%.

Nos EUA o resultado foi igualmente negativo, com os principais índices da maior economia do mundo a registarem o pior desempenho dos últimos 14 anos.

O S&P 500 terminou o ano a resvalar 19,7% (14,5% em euros), contabilizando duas empresas no vermelho por cada uma com ganhos. Entre as 100 maiores tecnológicas norte-americanas a “sangria” foi ainda maior, com o rácio de perdas a subir para três, com o Nasdaq 100 a registar uma desvalorização de 33,4% (28,8% em euros).

Entre os grandes derrotados do ano estão empresas como a Tesla e a Meta (dona do Facebook), que fecharam 2022 com perdas superiores a 65%.

As grandes exceções num ano fortemente pintado a vermelho por todo o globo foram as ações do setor energético e das matérias-primas, como resposta à escala dos preços dos combustíveis e da generalidade das commodities.

Por essa razão, as Bolsas do Brasil e da Argentina, constituídas por muitas empresas a operar no setor dos hidrocarbonetos a das matérias-primas, foram das poucas a brincar a 2022.

Refinitiv. Rendibilidades calculadas em euros.

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