Bruno Ferreira: “Não estamos nada negativos em relação a 2023. Estamos realistas”

O managing partner da PLMJ, Bruno Ferreira, espera que em 2023, principalmente na segunda metade, haja uma recuperação, que resultará de uma “normalização” do contexto macroeconómico.

Bruno Ferreira, managing partner da PLMJ, espera que em 2023, principalmente na segunda metade, haja uma recuperação, que resultará de uma “normalização” do contexto macroeconómico.

O líder da PLMJ considera que vamos continuar a assistir a uma aposta na transição no Oil&Gas, “efervescência” nas energias renováveis, crescimento do setor da saúde e de “tudo o que diga respeito à transição digital” e, na segunda metade de 2023, uma retoma “mais global e cross sector”, destacando-se o investimento em infraestruturas.

Que balanço faz do ano de 2022?

Num certo sentido, lembrou 2020 porque à semelhança do primeiro ano de pandemia, o ano começou num contexto económico extremamente favorável, na ressaca de um período errático por causa da pandemia e, acabados de entrar em 2022, a guerra na Ucrânia voltou a trazer um clima de incerteza global e de arrefecimento da economia. Algumas condições de investimento deterioraram-se, nomeadamente o contexto de inflação disparada e a resposta dos bancos centrais com a subida das taxas de juro. Mas também, precisamente por causa da guerra, assistimos à consolidação de tendências que são catalisadores de crescimento, nomeadamente na área de Energia e da transição digital.

Bruno Ferreira, Managing Partner da PLMJ, em entrevista à Advocatus - 11MAI20

Quais são as expectativas para o setor da advocacia em 2023?

Não estamos nada negativos em relação a 2023. Estamos, diríamos, realistas. 2021 foi um ano histórico para a área transacional, que é o core da PLMJ, e Portugal seguiu esse movimento. Seria irrealista pensarmos que o salto que vimos acontecer em 2021 se ia repetir com a mesma intensidade ano após ano. A segunda metade de 2022 confirmou o que se esperava, com a guerra na Ucrânia, a inflação e o aumento das taxas de juro a fazer os investidores repensarem ou atrasarem algumas operações.

Aquilo que esperamos de 2023 é que sobretudo a segunda metade do ano traga já uma recuperação, que resultará de uma normalização do contexto macroeconómico.

Quanto a setores e tendências, vamos seguramente continuar a assistir a uma aposta na transição por parte de grandes players no Oil&Gas, efervescência nas energias renováveis, crescimento do setor da saúde e de tudo o que diga respeito à transição digital e, na segunda metade de 2023, uma retoma mais global e cross sector, destacando-se aí certamente o investimento em infraestruturas.

Olhando ainda para tendências de fundo do setor, numa lógica menos cíclica, o tema da captação e retenção de talento continuará a ser um dos grandes desafios, bem como o tema da necessidade de se dar um salto na eficiência. As equipas jurídicas in house têm vindo a crescer e a sofisticar-se e o valor que os escritórios têm para somar tem de ser pensado numa lógica diferente, que valorize o talento dessas equipas e seja estratégico.

E em termos de volume de negócios do escritório?

A assessoria jurídica, sobretudo quando falamos dos grandes escritórios, não é especialmente pro-cíclica. Significa isto que pode alterar-se um pouco a composição do mix de trabalho que prestamos, mas não há uma reação nem imediata nem direta a contextos macroeconómicos mais adversos como este, sobretudo se pensarmos que, como têm dito os observadores económicos mundiais, estivermos a falar de um ciclo contracionista que tenderá a ser mais curto do que vimos acontecer em crises anteriores. Assim, vamos seguir, seguramente, a trajetória dos últimos anos, de crescimento sólido dos nossos resultados.

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