Banco de Fomento já pagou 21 milhões de euros para “recapitalização estratégica”

Do naipe de dez empresas em condições para se candidatar ao Fundo de Capitalização e Resiliência, falta assinar contratos de 3,77 milhões com a Solana Fruits, Enging, Qualhouse e Travel Store.

O Banco Português de Fomento (BPF) já pagou um total de 20,89 milhões de euros a cinco empresas no âmbito do Programa de Recapitalização Estratégica, mas ainda falta assinar os contratos com outros quatro negócios.

Os 1.300 milhões do Fundo de Capitalização e Resiliência (FdCR) financiam, no âmbito do Quadro Temporário de Auxílio Estatal, o reforço de capital e a solvência de empresas viáveis através da chamada janela B do Programa de Recapitalização Estratégica. Inicialmente foram aprovadas candidaturas de 12 empresas (a 30 de junho de 2022). Cerca de três meses depois, a 23 de setembro, foram enviadas as minutas dos contratos. E as primeiras assinaturas foram concretizadas a 21 de outubro.

Pelo meio, a Pluris de Mário Ferreira desistiu do apoio que consumia mais de metade da dotação (40 milhões) destinada a estas empresas – o empresário optou por vender ativos para recapitalizar a empresa devido à pressão mediática em torno da operação. Assim como a Orbitur (1,95 milhões) perante a ” evolução bastante favorável da sua atividade” no verão, como noticiou o Público.

Assim, o leque de empresas a apoiar ficou reduzido a dez — e os apoios a conceder baixaram de 76,6 milhões de euros para 34,6 milhões. As verbas libertadas transitam para a janela A, que ainda não tem candidaturas aprovadas e cujos prazos para investimento foram consequentemente dilatados para 30 de junho de 2023, após a republicação do aviso a 29 de dezembro. Ambas as janelas têm uma dotação de 400 milhões de euros.

De acordo com o balanço mais recente da instituição, que data de domingo, as três empresas do setor têxtil, sendo duas delas especializadas no ramo automóvel, já receberam as respetivas verbas: a Coindu (3,91 milhões); a ERT (2,49 milhões) e a Têxtil António Falcão (1,62 milhões). Também o MD Group nos moldes (9,99 milhões) e a Lunainvest no turismo (2,85 milhões) já receberam as verbas a que se candidataram.

Por outro lado, a Viagens Abreu contratualizou o apoio de 9,99 milhões de euros no final do ano passado, apurou o ECO.

Assim, do naipe de dez empresas que reuniam as condições para se candidatarem – terem uma quebra de vendas de, pelo menos, 15% em 2020 ou 2021 face ao ano de referência de 2019; resultados líquidos negativos em, pelo menos, um dos exercícios económicos de 2020 ou 2021; e fluxo de caixa negativo em, pelo menos, um dos exercícios económicos de 2020 ou 2021 – falta assinar contratos com quatro: a agrícola Solana Fruits; a Enging – Make Solutions do ramo da engenharia; a Qualhouse – Produtos Alimentares e a Travel Store. Somam um investimento do FdCR de 3,77 milhões de euros. As duas últimas são as únicas que têm prevista a entrada de um coinvestor, com 18,26 mil e 65 mil euros, respetivamente.

No que diz respeito à janela A do Programa de Recapitalização Estratégica, o Banco de Fomento tem 39 candidaturas em análise, que representam um investimento de 187,61 milhões de euros caso venham a ser aprovadas.

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