Carris negoceia novo acordo de empresa. Sindicato fala em “provocação”

Empresa de autocarros do concelho de Lisboa admite aumentos de 5,1%, metade da proposta da Fectrans. Próxima reunião será na próxima semana.

A primeira reunião para negociar o novo acordo de empresa da Carris esteve mais próxima de um acidente do que uma viagem tranquila. Sindicatos e administração estão longe de um entendimento depois do encontro da passada segunda-feira, 16 de janeiro. A Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans) fala numa “provocação” para “gozar com quem trabalha”. A segunda reunião está marcada para a próxima quarta-feira, 25 de janeiro.

O primeiro desentendimento está nos salários. A administração liderada por Pedro Bogas propôs um aumento de 5,1%, com o valor mínimo de 52 euros. A Fectrans defende uma subida de 10%, com um valor mínimo de 100 euros por cada trabalhador, segundo comunicado divulgado na semana passada, antes da primeira reunião.

A liderança da Carris também terá feito a “ameaça da retirada das tolerâncias de ponto”, caso os funcionários não aceitem a redução do pagamento do trabalho nestes dias, de 150% para 50% com um dia de descanso. “Era só o que faltava, o Estado dar e a administração negar as tolerâncias de ponto. Se querem poupar cortem nas despesas supérfluas e nas mordomias dos administradores e não nos direitos e rendimentos dos trabalhadores”, refere a federação, afeta à CGTP, citada em comunicado.

Em causa também está o pagamento de uma dívida aos trabalhadores. A administração quer tratar deste processo em três anos. Os trabalhadores exigem que tudo seja feito em 12 meses.

A empresa também quer adiar a aplicação do novo sistema de folgas, para janeiro de 2024, alegando que apenas no final deste ano “terá o número de motoristas e guarda-freios necessário para concretizar esta medida”.

O único ponto de entendimento está na proposta de atribuir aos funcionários um passe de transportes para a usar a Carris Metropolitana, marca que agrega os serviços de autocarro nos 18 concelhos da Área Metropolitana de Lisboa.

Contactada pelo ECO, fonte oficial da Carris adiantou apenas que as propostas estão a ser “objeto de análise, ponderação e discussão”. Não há comentários sobre o conteúdo dos encontros. A próxima reunião entre a transportadora e cinco sindicatos está marcada para 25 de janeiro e espera-se que haja maior sincronização entre as partes.

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