Bancos centrais regressam aos prejuízos, Portugal incluído

  • ECO
  • 26 Janeiro 2023

A decisão dos bancos centrais de aumentar as taxas de juro para tentar baixar a inflação terá como efeito colateral uma deterioração dos seus resultados financeiros, o que ameaça a sua credibilidade.

Com a subida das taxas de juro e a sua permanência num nível elevado durante vários anos, os bancos centrais da Europa deverão voltar a apresentar prejuízos, um cenário ao qual o Banco de Portugal (BdP) não é exceção, avança o Público (acesso condicionado). A culpa é da enorme quantidade de dívida pública acumulada a taxas de juro fixas baixas.

Foi a partir de 2015 que os bancos centrais começaram a acumular nos seus balanços milhares de milhões de euros dos títulos de dívida pública que compraram para injetar liquidez na economia e evitar a deflação. No imediato, a situação beneficiou muito as suas próprias contas, visto que os juros que passaram a receber por serem os detentores desta dívida, embora com taxas de longo prazo baixas, mais do que chegavam para compensar os juros de curto prazo ainda mais baixos (e mesmo negativos) que tinham de pagar pelos depósitos dos bancos comerciais.

Mas tudo muda agora que as taxas de juro têm subido e tudo indica que se manterão elevadas. Em Portugal, Mário Centeno já deu conta, em algumas intervenções públicas, da mudança mais que provável nos resultados do banco central, embora não esclareça se e quando haverá lugar a prejuízos. O governador do BdP reconheceu apenas que se irá registar “uma redução muito substancial” dos dividendos a entregar ao Estado, em resultado da “pressão” a que vão estar sujeitas as contas do banco central “durante mais alguns anos”, mas as reservas e provisões acumuladas ao longo dos anos “são mais que suficientes para cobrir estes custos”.

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