Economia portuguesa recuperou da pandemia mas famílias ainda não
Portugal, Dinamarca e Finlândia são os únicos países da OCDE em que a economia já recuperou dos efeitos da Covid-19 mas onde as famílias ainda não voltaram a ter todo o poder de compra de volta.
A economia está melhor, mas as famílias ainda não. Portugal é um dos países em que o rendimento doméstico está abaixo dos valores pré-pandemia, mas onde o Produto Interno Bruto (PIB) já recuperou dos efeitos da Covid-19. A conclusão consta de um relatório divulgado nesta quarta-feira pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), que compara os dados entre os últimos três meses de 2019 e o terceiro trimestre de 2022.
No índice relativo à economia, base em 2007, Portugal registou 112,83 pontos no terceiro trimestre de 2022, o que compara com os 110,13 pontos do período entre outubro e dezembro de 2019, o último antes da Covid-19. É uma subida de 2,46%.
No entanto, no indicador que mede o rendimento das famílias, o índice do terceiro trimestre fixou-se em 103,36 pontos; no último trimestre de 2019, o índice estava nos 107,82 pontos. É uma descida de 4,14%.

A inflação e a perda de compra dos consumidores podem ser apontados como causas para este desempenho: no último trimestre de 2021 (107,93 pontos e nos primeiros três meses de 2022 (108,92 pontos), o rendimento das famílias já tinha recuperado face aos efeitos da pandemia.
Portugal está numa situação praticamente única no panorama da OCDE: apenas a Dinamarca e a Finlândia repete o contexto em que a economia está melhor, mas as famílias ainda estão em pior situação do que antes da Covid-19. Espanha é o país onda a economia mais caiu (-1,94%) e onde as famílias menos recuperaram (-7,85%) em relação à Covid-19.
Entre os 21 países analisados, o rendimento das famílias per capita cresceu 0,2% no terceiro trimestre de 2022, a primeira subida deste indicador desde os primeiros três meses de 2021. Já o crescimento do PIB per capita foi de 0,3%, evolução igual à do trimestre anterior.
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