Novas sanções à Rússia avançam esta semana. Diamantes incluídos no pacote e nuclear continua de fora

  • Mariana Marques Tiago
  • 20 Fevereiro 2023

O 10.º pacote de sanções da UE à Rússia será aprovado "de certeza" esta semana, diz Gomes Cravinho. Estão previstas sanções a mais pessoas e contra os diamantes russos. Energia nuclear mantém-se fora.

A aprovação e divulgação do décimo pacote de sanções da União Europeia à Rússia vai avançar ainda esta semana, quando faz um ano da invasão russa da Ucrânia. Segundo João Gomes Cravinho, ministro dos Negócios Estrangeiros, neste novo acordo político – que ainda tem arestas por limar – estão previstas sanções a mais indivíduos e sanções contra os diamantes russos. As sanções contra a energia nuclear vão manter-se, por agora, fora do foco.

Já “há um acordo político e esta semana haverá o décimo pacote de sanções”, garantiu o ministro. A aprovação do novo pacote acontecerá “nos próximos dias ou horas” e, seguramente, “antes do dia 24 de fevereiro”, completou o Alto Comissário da União Europeia para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell.

Segundo o ministro português, o pacote “vai incluir [sanções a] uma centena de novos indivíduos ou entidades e também a proibição de exportações (provavelmente no valor de cerca de 11 mil milhões de euros) de peças e equipamentos que, indiretamente, contribuem para o esforço militar russo”. Além disso, serão ainda “sancionadas sete entidades iranianas relacionadas com o fabrico de drones que depois são enviados para a Rússia”.

Questionado pelos jornalistas, Gomes Cravinho adiantou que as sanções à energia nuclear não vão fazer parte das medidas no novo pacote. “Neste momento a questão da energia nuclear não está incluída, mas é um tema que está em aberto para o futuro. Neste momento o enfoque não está no nuclear”.

Por outro lado, o mesmo não acontece com os diamantes russos, que estarão contemplados na lista de sanções. “Neste décimo pacote há ainda muitos aspetos por definir, mas não há razão para excluirmos os diamantes“, disse.

Segundo o ministro, na reunião que decorreu em Bruxelas – onde se juntaram os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE – discutiram-se, além do novo pacote de sanções, temas como: a criação de mecanismos para a responsabilização da Rússia, a aprovação de um novo pacote de sanções contra o Irão a propósito da violação de direitos humanos, a situação da pressão russa exercida sobre a Moldova, a possibilidade de aquisição conjunta de armamento e munição para a Ucrânia e o processo de ajuda humanitária para as mulheres do Afeganistão.

Munições que os países têm em stock serão partilhadas

Borrell, que também fez um ponto de situação aos jornalistas, explorou a questão da aquisição conjunta de armamento e munição. “O exército da Ucrânia precisa urgentemente de mais munições para poder reagir à agressão. Uma arma não vale nada sem balas, temos de fazer chegar estas munições rapidamente“.

Segundo o Alto Comissário da UE para os Negócios Estrangeiros, serão apresentadas propostas concretas em março, sendo que é necessário criar “procedimentos para aumentar a capacidade da indústria europeia para produzir mais munições mais rapidamente”. Uma das melhores formas de o fazer, adiantou, “é partilhar os stocks de munições que já existem nos stocks europeus… A preocupação mais importante, neste momento, é trabalhar numa escala temporal de semanas, o que significa usar aquilo que já temos disponível [nos stocks] e depois produzir mais para colmatar as lacunas“.

A prioridade “tem de ser dada ao abastecimento do exército ucraniano”, justificou Josep Borrell.

(Notícia atualizada pela última vez às 17h47)

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