EDPR troca dividendos por direitos para financiar aumento de capital

A maior empresa da bolsa de Lisboa quer trocar a distribuição de dividendos aos seus acionistas pela entrega de direitos de incorporação, para promover um aumento de capital até 275 milhões de euros.

O Conselho de Administração da EDP Renováveis vai propor na Assembleia Geral Ordinária de acionistas “a substituição do dividendo ordinário correspondente ao ano de 2022 por um programa de remuneração flexível para os acionistas”, anunciou a empresa, num comunicado publicado esta segunda-feira na página da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Este programa consistirá na troca dos dividendos por direitos de incorporação, isto é, em direitos sobre a emissão de novas ações no seguimento de um aumento de capital da empresa no valor máximo de 275 milhões de euros, a ser concretizado este ano, “o que representa aproximadamente 40% do resultado líquido da EDPR em 2022”, lê-se no comunicado.

Segundo a empresa, esta decisão terá como consequência um aumento do payout ratio da cotada para o intervalo entre os 30% e os 50%.

“Acreditamos que a iniciativa (equivalente a cerca de 1,5% da atual capitalização bolsista) poderá dispersar preocupações relativas as injeções de capital”, refere o Goldman Sachs numa nota de research enviada esta terça-feira aos seus clientes, salientando ainda “que a maioria dos investidores com quem falámos estava à espera de um aumento de capital e que por conseguinte, um dividendo de receitas poderá ser visto como um alívio.”

Caso a proposta seja aceite em assembleia geral, os acionistas receberão os direitos de incorporação das novas ações proporcionalmente à sua posição para depois tomarem uma de três opções:

  • Vender a totalidade ou parte dos direitos de incorporação, originalmente lhes foram atribuídos, à EDP Renováveis a um preço fixo garantido, recebendo assim uma contrapartida em dinheiro em vez de novas ações.
  • Vender a totalidade ou parte dos seus direitos de incorporação na Euronext Lisboa, encaixando uma mais-valia com o negócio. Neste caso, os novos compradores dos direitos, não os poderão vender à EDP Renováveis.
  • Não vender a totalidade ou parte dos seus direitos de incorporação à EDP Renováveis ou na Euronext Lisboa. Neste caso, no fim do período de negociação, “os acionistas receberão o número de novas ações emitidas e realizadas correspondente ao número de direitos de incorporação de que são titulares”, explica a empresa.

De acordo com o comunicado enviado à CMVM, caso a proposta seja aceite, a EDP Renováveis irá informar os investidores, logo após a deliberação final, o número e natureza das ações a que terá acesso cada direito de incorporação, assim como as razões e os detalhes da sua atribuição.

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