Administração do Hospital Beatriz Ângelo admite “escassez” de pessoal, mas garante que “carências estão identificadas” e a ser “trabalhadas”
"A realidade da Urgência Geral tem sido difícil e desafiadora, reflexo dos profundos processos de mudança a que o Hospital tem estado sujeito", diz o Conselho de Administração do Hospital de Loures.
Após a demissão em bloco dos chefes do serviço de urgência geral, a administração do Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, admite que a unidade hospitalar vive um período “difícil” com “escassez” de médicos, mas garante que “as carências estão identificadas e têm vindo a ser trabalhadas” com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo e com a direção executiva do SNS.
“A realidade da Urgência Geral tem sido difícil e desafiadora, reflexo dos profundos processos de mudança a que o Hospital tem estado sujeito“, aponta o Conselho de Administração do Hospital Beatriz Ângelo, em comunicado enviado às redações, numa alusão ao fim do modelo de parceria público-privada (PPP) nesta unidade hospitalar, que terminou em janeiro do ano passado.
O Hospital liderado por Rosário Sepúlveda sublinha, no entanto, que desde o início de funções deste Conselho de Administração “foram estabelecidas relações de proximidade com as equipas e suas lideranças, no sentido de identificar possíveis estratégias e soluções” e que “as carências de Recursos Humanos do Hospital estão identificadas e têm vindo a ser trabalhadas e discutidas” não só com a ARS LVT, mas também com a direção executiva do SNS.
A falta de médicos foi, aliás, uma das razões apontadas pelos 11 chefes do serviço de Urgência Geral do Hospital Beatriz Ângelo para apresentarem a sua demissão na quarta-feira, sinalizando que este hospital “vive os piores momentos da sua história e vê-se a não cumprir o seu maior objetivo”, que é “a prestação de cuidados de excelência ao doente”.
Em comunicado, o Hospital Beatriz Beatriz Ângelo assegura ainda que vai continuar a trabalhar em conjunto com as entidades competentes “no sentido de encontrar soluções para os problemas existentes”, dado que “a saúde e o bem-estar” dos utentes “será sempre a prioridade. “Estamos conscientes de que a sobrecarga de trabalho a que se encontram sujeitos os nossos profissionais não é a desejável, pelo que continuamos a trabalhar para que seja possível reforçar a equipa, em número e em diferenciação”, lê-se. A administração agradece ainda o ” esforço e empenho” aos seus profissionais, “reconhecendo o desgaste a que esta equipa tem sido sujeita”.
A demissão em bloco surge depois de, na terça-feira, o ministro da Saúde ter confirmado que a urgência pediátrica deste hospital iria encerrar à noite a partir desta quarta-feira, entre as 21h e as 9h, bem como durante todo o dia aos fins de semana.
Para colmatar esta situação, a direção executiva designou centros hospitalares alternativos. Assim, aos fins de semana durante o dia, a assistência será assegurada pelo Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (que inclui o Hospital Santa Maria), Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central (que inclui o Hospital Dona Estefânia e o Hospital São José), e o Centro Hospitalar Lisboa Ocidental (que inclui o Hospital São Francisco Xavier). Já durante o período noturno (das 21h às 9h), as urgências para crianças e adolescentes serão asseguradas pelo Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte e pelo Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central.
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