Free Now toma “decisão difícil” de encerrar em Portugal

Plataforma eletrónica decidiu deixar Portugal com efeito daqui a um mês. Deixa as concorrentes Uber e Bolt a disputarem, sozinhas, o mercado português do TVDE.

A plataforma eletrónica Free Now está de saída de Portugal. A “decisão difícil” foi tomada e tem efeito às 23h59 do dia 3 de abril, o último dia em que será possível pedir um motorista ou chamar um táxi através da aplicação. Assim, Uber e Bolt passam a dominar, sozinhas, o mercado português do transporte individual conhecido por TVDE.

O encerramento daqui a um mês foi comunicado aos clientes por email esta sexta-feira. “A partir das 23h59, hora de Lisboa, do dia 3 de abril de 2023, a Free Now irá encerrar em Portugal. Foi uma decisão difícil de tomar e estamos extremamente gratos por todos os passageiros e motoristas que melhoraram a nossa estadia em Portugal”, lê-se na mensagem a que o ECO teve acesso.

Os rumores de que a Free Now estaria a preparar este passo já circulavam no mercado, mas não foi possível confirmar, para já, os motivos que desencadearam o encerramento. A marca é detida em conjunto pela BMW e pela Daimler. Em Portugal, resultou de um rebranding da antiga myTaxi em 2019, que passou a agregar também os serviços da Kapten, outra app que entrou em Portugal em 2018, sob o nome Chauffeur Privé.

A saída de Portugal acontece depois de um período em que o preço alto dos combustíveis dificultou o negócio a muitos motoristas e os custos mais elevados do transporte particular penalizaram a procura. Além disso, o enquadramento regulatório destas aplicações está a mudar, depois de, no âmbito da Agenda do Trabalho Digno, o Parlamento ter aprovado uma alteração legislativa que poderá levar estas empresas a terem que reconhecer contratos de trabalho com milhares de motoristas, caso preencham certos requisitos.

Em fevereiro de 2022, Bruno Borges, country manager da Free Now, dizia, numa entrevista ao ECO/Pessoas, que a empresa se queria afirmar “como a melhor plataforma para um motorista trabalhar”. “Gostaríamos de num ano de duplicar o nosso número de viagens em relação a 2021 — não posso dar o número de viagens concretas — sendo que não significa dobrar a nossa quota de mercado, porque todas as outras podem também aumentar”, explicava então o responsável.

A Free Now não é o primeiro operador de plataforma eletrónica a sair do país. Em 2019, a espanhola Cabify, uma das primeiras empresas com esta atividade em Portugal, também tomou “a decisão difícil de fechar a operação”.

(Notícia atualizada pela última vez às 13h36)

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