Tirar das prateleiras tudo o que estava parado no BPF e fechar o ano como um banco. Estes são os objetivos de Hagatong

A chairman Celeste Hagatong deixou ainda a garantia de que os seguros de crédito à exportações da COSEC serão integrados em breve no Banco Português de Fomento.

Tirar das prateleiras tudo o que estava parado e fechar o ano de 2023 como um banco. Estes são os dois grandes objetivos de Celeste Hagatong, que reconhece que as expectativas relativas ao Banco Português são demasiado elevadas.

Numa intervenção nos Encontros Fora da Caixa garantiu que está a ser feito um grande esforço para operacionalizar todos os instrumentos disponíveis, mas com grande prioridade para o Plano de Recuperação e Resiliência, já que o banco é uma das entidades cujos esforços são determinantes para o cumprimento das metas e marcos negociadas por Portugal junto da Comissão Europeia e para os pedidos de pagamento dos vários cheques da bazuca.

O programa de capitalização das empresas por parte do Banco de Fomento foi um dos alertas vermelhos lançados pela Comissão de Acompanhamento do PRR, a semana passada, devido aos atrasos. Celeste Hagatong, a primeira presidente do Banco de Fomento como sublinha, garante que a instituição está a trabalhar para agilizar os programas existentes e até lançou um apelo direto à Caixa Geral de Depósitos para ser a parceira do Banco de Fomento para fazer chegar estes produtos ao tecido empresarial, usando a sua capilaridade. “Criam-se relações de fidelização com os clientes”, atirou a responsável recorrendo à sua experiência profissional.

O administrador executivo da Caixa Geral de Depósitos, Francisco Cary, revelou que a Caixa está a planear investir enquanto co-investidor em alguns dos fundos financiados pelo Fundo De Recuperação e Resiliência. Recorde-se que nestes programas as verbas do Banco de Fomento têm de ser completadas com pelo menos 30% de um co-investidor, uma forma de partilha de risco, mas também de aumentar o poder multiplicador dos fundos.

“Há produtos no ar e que ainda não estão esgotados”, frisou, sublinhando que o banco oferece 13 instrumentos. A chairman fez questão ainda de lembrar que apesar de as garantias do Fundo Europeu de Investimentos (FEI) serem “concorrentes, há algumas métricas que os bancos têm de respeitar” e por isso o BPF pode ser uma alternativa.

Celeste Hagatong revelou que no âmbito do Programa de Venture Capital, lançado a 17 de janeiro, e que recebeu 44 candidaturas de operadores nacionais e internacionais, que têm subjacente um investimento de 877 milhões de euros, o desafio é avaliar estas 44 candidaturas e, por isso, a comissão executiva faz reuniões semanais para avaliar a evolução dessa análise. Mas ainda assim a responsável gostaria de ter mais works flows para poder acelerar os trabalhos. “Mas como o PRR é mais importante é andar para a frente para resolver estes casos”, afirmou de forma pragmática.

“Apesar de o PRR ser a grande prioridade, há mais nove programas no BPF que podem servir outras empresas”, recordou a responsável que foi aproveitando a sua intervenção para deixar vários recados, como por exemplo, o facto de o capital do banco (500 milhões de euros) ser demasiado pequeno para todas as coisas que se espera que o banco faça.

Hagatong deixou ainda a garantia de que os seguros de crédito às exportações da COSEC serão integrados em breve no Banco Português de Fomento, porque a entrada dos novos elementos no conselho executivo — Sofia Machado e Pedro Ventaneira — permitiram ultrapassar os problemas de incompatibilidades existentes já que tanto Celeste Hagatong como Ana Carvalho, a CEO do banco, vieram do BPI e da COSEC o que impossibilitava assim a negociação deste dossier e Tiago Almeida, administrador com o pelouro comercial também era ex-quadro do BPI.

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