Lei de Redução da Inflação leva Volkswagen a dar prioridade a fábrica de baterias nos EUA face à Europa
O maior fabricante de automóveis europeu está a aguardar pela resposta de Bruxelas aos subsídios norte-americanos, mas fontes próximas referem que a fábrica de baterias nos EUA leva maior avanço.
A Volkswagen decidiu suspender os planos para a construção de uma fábrica de baterias no leste da Europa, para dar prioridade a uma unidade semelhante na América do Norte. A decisão, segundo avança o Financial Times (acesso condicionado, conteúdo em inglês), surge depois de a maior fabricante europeia de automóveis ter dito aos seus funcionários, a semana passada, que espera receber até dez mil milhões de euros em incentivos ao abrigo da Lei de Redução da Inflação (IRA, na sigla em inglês) e de outros pacotes de subsídios dos EUA.
A empresa alemã estava “à espera” para ver como é que Bruxelas iria responder aos incentivos de Washington antes de avançar com um plano de construção de uma fábrica no leste europeu, mas “os planos na América do Norte avançaram mais depressa do que o esperado e ultrapassaram a tomada de decisões na Europa“, revelou uma fonte ao jornal britânico.
Espera-se que a Comissão Europeia publique, na próxima semana, o “Net Zero Industry Act”, que fará parte da sua resposta à IRA, um pacote norte-americano de incentivos fiscais para tecnologia verde no valor de 369 mil milhões de euros e que está a atrair empresas europeias para o território dos EUA.
Bruxelas procura flexibilizar as regras para auxílios de Estado e está a reavaliar se devem ser utilizados subsídios ao nível da UE. No entanto, um esboço da proposta, apresentado na semana passada aos executivos da indústria europeia, ficou aquém das expectativas.
Um alto responsável de um outro fabricante europeu de baterias, presente na reunião da semana passada, disse que o plano do Executivo comunitário “parece muito mau” e sem “medidas concretas”. Outro responsável disse ainda: “Fomos contactados por muitos Estados americanos e todos eles destacam o IRA. Quando comparamos os números, as condições que eles oferecem são muito mais interessantes do que as condições que oferecem na Europa“.
A Volkswagen, por seu lado, disse que não tinham sido tomadas decisões sobre a localização das suas fábricas na América do Norte ou na Europa e que estava empenhada no seu plano de construir mais fábricas de células na Europa. Porém, apontou que, para isso, são precisas “condições de enquadramento adequadas”. “É por isso que esperamos para ver o que o chamado Acordo Verde da UE trará”, disse a empresa.
Ainda assim, Thomas Schmall, chefe da unidade de componentes da VW, escreveu no LinkedIn, depois de participar na reunião em Bruxelas, que a VW está a fazer “progressos muito mais rápidos” com planos para construir fábricas de baterias na América do Norte em comparação com a Europa, acrescentando que o continente europeu arrisca perder “milhares de milhões de investimentos que serão decididos nos próximos meses e anos”.
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