Europa inverte e bolsa de Lisboa é das que mais perdem. BCP castiga o PSI e Sonae cai quase 8%

  • Joana Abrantes Gomes
  • 17 Março 2023

No rescaldo da falência de um banco norte-americano e da nova subida de juros do BCE, as bolsas europeias inverteram a tendência e estão em queda, destacando-se Lisboa.

Depois de um arranque com ganhos perto de 1%, as bolsas europeias inverteram a tendência e estão agora em queda, mostrando sinais de que os investidores continuam preocupados com a instabilidade no setor bancário. O principal índice da praça lisboeta, que subia 0,54% na abertura, regista o pior desempenho entre as congéneres, cedendo 1,69%.

Pelas 13h18, o pan-europeu Stoxx 600 descia 0,84%, o francês CAC-40 caía 1,09% e o britânico FTSE 100 recuava 0,7%. A praça de Frankfurt também perde quase 1%, e a praça espanhola desvaloriza 1,16%.

Há apenas uma cotada do índice PSI em terreno positivo, enquanto a Sonae e os CTT se destacam nas perdas, numa semana em que ambas as empresas apresentaram as suas contas anuais relativas ao ano passado. O BCP, a única cotada da banca no PSI, está a recuar 2,02%, para 18,89 cêntimos por ação, acumulando perdas acima de 15% nos últimos cinco dias.

Já a dona do Continente afunda 7,53%, um dia depois de anunciar lucros de 342 milhões de euros, 27,7% acima do registado no ano anterior. E os CTT, que apresentaram contas anuais após o fecho da sessão anterior, negoceiam a cair 4,86%. Os Correios registaram um resultado líquido de 36,4 milhões de euros em 2022, o que representa uma queda de 5,2% face a 2021.

Na banca internacional, as ações do Credit Suisse estão a cair quase 12%, para 1,79 francos, depois de, na quarta-feira, ter vivido o seu dia mais difícil na bolsa, perdendo um quarto do seu valor. O banco tinha entrado na sessão desta sexta-feira a subir mais de 1%.

Os últimos dias deixaram os investidores preocupados com a eventualidade de uma crise financeira global. O gatilho foi a falência do Silicon Valley Bank na última sexta-feira, à qual se seguiu o colapso do Signature no domingo. A turbulência ganhou expressão e teve respaldo nos mercados financeiros da Europa, em particular no setor bancário.

Apesar disto, o Banco Central Europeu (BCE) decidiu voltar a aumentar as taxas de juro em 50 pontos base na quinta-feira. A instituição liderada por Christine Lagarde procurou tranquilizador os investidores e clientes dos bancos, garantindo que “o setor bancário da área do euro é resiliente, apresentando posições de capital e liquidez fortes”. Mas, para já, os investidores parecem temer a repetição de 2008.

(Notícia atualizada às 13h25)

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