EDP, Greenvolt e Corticeira são as preferidas dos analistas

Cerca de 90% dos analistas que acompanha as três empresas apontam para a compra destas ações. No entanto, estas não são as empresas do PSI com maior potencial de valorização.

Os analistas que acompanham as ações do principal índice acionista da Euronext Lisboa estão muito otimistas para os próximos 12 meses. Se as previsões dos especialistas se concretizarem, o PSI deverá atingir os 7.228 pontos nos próximos 12 meses. Trata-se de uma valorização de 22,5% face ao fecho de ontem [quarta-feira], que atirará o PSI para a cotação mais elevada desde junho de 2014.

Estas previsões ficam também ligeiramente acima das previsões que os mesmos analistas tinham há três meses para as 16 empresas do PSI. Sublinhe-se que as recentes previsões refletem já os resultados apresentados em 2022 pelas 16 empresas do PSI, que mostraram uma queda das margens operacionais e uma subida dos custos financeiros, e espelham uma mensagem de preocupação para os próximos meses por parte de muitos CEO.

A puxar mais pelo PSI estarão as ações da Galp Energia GALP 1,19% e do BCP BCP 2,46% que, em função de um potencial de valorização de 35% e 37%, respetivamente, e à ponderação que têm no índice, serão responsáveis por 40% da valorização do PSI nos próximos 12 meses, segundo as projeções dos analistas recolhidas pela Refinitiv. No entanto, estas não são as ações preferidas pelos especialistas nem as que apresentam o maior potencial de valorização.

Entre as empresas seguidas por pelo menos cinco analistas, a EDP EDP 0,28% , a Greenvolt GVOLT 0,00% e a Corticeira Amorim COR 0,41% são aquelas que acumulam mais recomendações positivas. De acordo com dados da Refinitiv, 90% das recomendações dos analistas que acompanham a elétrica nacional aponta para a compra das suas ações. O rácio de recomendação de compra para os títulos da Corticeira Amorim e da Greenvolt é de 88% e 86%, respetivamente.

Estas três empresas são de longe as empresas preferidas pelos analistas. No entanto, a onda otimista dos especialistas não se esgota nestas três companhias. Entre as 16 empresas que atualmente constituem o PSI, 10 contabilizam atualmente um número de recomendação de “compra” superior ao número de recomendações de “manter” e “vender” somados.

É o caso da Mota-Engil EGL 2,73% , que apesar de este ano acumular uma valorização de 35%, os analistas atribuem ainda um potencial de valorização de 100% para os títulos da construtora, face ao preço de fecho de ontem. O preço-alvo médio dos três analistas que seguem a empresa é de 3,1 euros, cerca de 9% acima do preço que os mesmos especialistas apontavam há três meses.

Destaque ainda para as ações da Greenvolt que, segundo as expectativas dos oito analistas que acompanham a empresa, negoceiam com um potencial de valorização de 66%. O preço-alvo médio para os títulos da empresa liderada por João Manso Neto é de 10,4 euros, cerca de 6,6% acima do preço estabelecido pelos menos analistas há três meses.

No canto oposto estão as ações da NOS NOS 0,33% : entre os 16 analistas que seguem a empresa, apenas três recomendam a “compra” das ações. De acordo com dados da Refinitiv, 10 recomendam “manter” e 3 recomendam vender. O preço-alvo médio para os títulos da empresa de telecomunicações dado pelas avaliações dos 16 analistas é de 2,94 euros, cerca de 29,5% face à cotação de fecho de ontem.

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O valor das recomendações dos analistas

Mais do que rácios financeiros, análises fundamentais e análises técnicas, é para os preços-alvo que a maioria dos investidores gosta de olhar quando investe em ações. Afinal de contas, são o reflexo das opiniões de especialistas que seguem diariamente o mercado, conhecem “por dentro” as empresas que acompanham e, por isso, encontram-se numa condição privilegiada face à maioria dos investidores para apontarem com maior exatidão um preço futuro para as ações. Pelo menos era assim que deveria ser.

Em 2012, três académicos da Universidade de Waterloo e da Boston College avaliaram as análises de mais de 11 mil analistas de 41 países e concluíram que a previsão global dos preços-alvo não é muito elevada: em média, situa-se nos 18% para um horizonte temporal de três meses e de 30% para um horizonte de 12 meses.

Este é somente um de vários estudos empíricos que demonstram que os analistas não têm qualquer habilidade extraordinária para prever o futuro e, sobretudo, que os preços-alvo são um elemento demasiado certo para definir algo que está dependente de dezenas de variáveis, mais ainda num panorama de tanta incerteza como o que vivemos atualmente.

Por essa razão, os preços-alvo devem ser encarados como mais um elemento da avaliação da empresa e no contexto da análise realizada pelo analista; e não como uma orientação de investimento.

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