João Galamba: “Tenho todas as condições para participar neste governo”

  • ECO
  • 29 Abril 2023

Ministro das Infraestruturas rejeitou contradições no caso com o ex-adjunto e entende que tem "todas as condições" para continuar no Governo. Galamba explicou envolvimento do SIS na recuperação do PC.

“Tenho todas as condições para participar neste governo”, afirmou o ministro das Infraestruturas, João Galamba, rejeitando “contradições” na polémica com o ex-adjunto do seu gabinete por causa da TAP.

Frederico Pinheiro, que foi exonerado na semana passada, acusou João Galamba de querer mentir ao Parlamento sobre a reunião preparatória em janeiro com a ex-CEO da companhia aérea acusação refutada “categoricamente” pelo próprio ministro. Galamba deu este sábado uma conferência de imprensa para contar a sua versão dos factos, confirmou o encontro com Christine Ourmières-Widener, mas negou mais uma vez a versão do antigo adjunto.

“A decisão de manter ou não no governo depende da avaliação do próprio e da vontade do primeiro-ministro. Mas os factos que acabei de reportar mostram que não se trata de haver versões contraditórias, não há confusão”, referiu. “Os factos são claros, cristalinos e demonstram todos os esforços na tentativa reiterada para que tudo fosse recolhido” e enviado à comissão parlamentar de inquérito, acrescentou.

Em causa estão as notas tiradas pelo ex-adjunto durante uma reunião entre o grupo parlamentar do PS e a ex-CEO da TAP que, posteriormente, foram partilhadas com o ministro. O gabinete de Galamba preparava-se para responder à comissão de inquérito à TAP “de que não existiam notas da reunião”, de acordo com Frederico Pinheiro.

Galamba contraria esta tese e argumenta que foi a sua equipa que insistiu para recolher os elementos da tal reunião com Christine Ourmières-Widener. No dia 5 de abril foi solicitado aos membros do gabinete que acompanharam a reunião de janeiro que relatassem o sucedido e fornecessem todos os elementos recolhidos ou produzidos na mesma, mas ninguém deu a indicação de ter “elementos documentais” ou “qualquer combinação de perguntas e respostas”. “Há testemunhas”, assegurou o governante.

Foi só no último dia do prazo para envio da informação ao Parlamento (24 de abril) que, segundo João Galamba, o ex-adjunto informou que afinal tinha notas pessoais do encontro com a ex-CEO da TAP, o que levou o ministério a pedir um prolongamento do prazo até 26, porque o objetivo era o de “incluir todas as notas e cumprir total e absolutamente com o pedido da comissão parlamentar de inquérito”.

Violência e envolvimento do SIS

O ministro contou ainda que, já depois da exoneração, Frederico Pinheiro “procurou levar o computador de serviço” do ministério e “recorreu à violência junto à chefe de gabinete e assessora”.

Foi já depois de ter Frederico Pinheiro levado o computador do ministério que a chefe de gabinete deu “o alerta por um furto de portátil do Estado português com informação classificada”, com as “autoridades a agirem no cumprimento das suas competências e no quadro da informação transmitida pela chefe de gabinete.

“Foi chamada a PSP, dado o alerta aos serviços de informação (SIS), como devia ter sido feito e como foi feito e foi feita a participação à PJ. A ação foi sempre no sentido de preservar a integridade dos dados e o pedido que o computador ficasse à guarda das autoridades competente é a prova de que a informação não era para este gabinete pudesse ter acesso ao computador. Antes era para que ficasse preservado nas autoridades competentes”, contou.

Galamba adiantou aos jornalistas que falou com o secretário de Estado adjunto, António Mendonça Mendes, e com a ministra da Justiça, Catarina Sarmento e Castro, tendo sido considerado que era adequado envolver o SIS. “Havia uma pessoa que já não era membro do gabinete e que tina um enorme arquivo com documentos classificados”, disse.

(Notícia atualizada às 15h33)

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