Dissolução? Costa “nunca teme receber telefonemas” de Marcelo

Após terem discordado sobre a permanência de João Galamba no Governo, o primeiro-ministro assegura que "é sempre um gosto receber um telefonema do Presidente da República".

O primeiro-ministro disse esta quarta-feira que “nunca [teme] receber uma chamada do Presidente da República”, quando interpelado pelos jornalistas sobre uma possível dissolução da Assembleia da República. Depois da discordância pública relativamente à permanência de João Galamba no cargo de ministro das Infraestruturas, António Costa quis dar um passo em frente: “hoje é um novo dia de trabalho”.

Questionado em Braga, à margem da visita a uma empresa de construção do grupo Casais, sobre se receia receber uma chamada de Marcelo Rebelo de Sousa, relativa a uma eventual dissolução do Parlamento, o chefe do Executivo respondeu de forma lacónica: “Nunca temo receber um telefonema do Sr. Presidente da República, é sempre um gosto receber telefonemas do Presidente”.

António Costa acrescentou ainda que “a vida política é muito menos ficção do que julgam, é muito mais normal”. O primeiro-ministro preferiu fazer poucos comentários sobre a decisão de segurar o sucessor de Pedro Nuno Santos no Governo. Reiterou que “cada dia é um dia”, preferindo focar-se no presente e no que designou como a retoma da normalidade.

Terça-feira foi um dia longo. Começou com uma reunião entre António Costa e o ministro das Infraestruturas logo pela manhã; prosseguiu ao final da tarde com um encontro com o Presidente da República, no Palácio de Belém. O pedido de demissão de Galamba surgiu ao início da noite, mas, numa reviravolta a que o próprio Galamba assistiu pela televisão, o primeiro-ministro decidiu não aceitar a resignação, mesmo pedindo desculpas aos portugueses pelo incidente. Marcelo foi rápido em notar que discordava da decisão, através de um comunicado, abrindo assim uma fenda nas relações entre os dois.

Já sobre o facto de João Galamba não ter agenda pública prevista para o distrito de Braga, onde nos próximos dois dias vão ser desenvolvidas várias atividades ao abrigo da iniciativa “Governo + Próximo”, ao contrário de vários outros ministros, António Costa assegurou que “amanhã já terá”.

Também Fernando Medina, interpelado antes de dar uma aula na Universidade do Minho, referiu que “é obrigação de todos contribuir para a estabilidade”. Sobre o eventual impacto da convulsão política na evolução da economia, o ministro das Finanças respondeu que “a economia portuguesa tem mostrado sinais de robustez” e destacou igualmente outros indicadores, como a confiança dos consumidores, o emprego ou a taxa de inflação, que “vai continuar a cair nos próximos meses”.

“As decisões sobre a composição do Governo cabem em exclusivo ao primeiro-ministro. O primeiro-ministro ontem [terça-feira] fez uma declaração e disse tudo o que havia a dizer e compreendam que nada acrescentarei sobre isso”, acrescentou Medina, citado pela Lusa.

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