Humberto Pedrosa não privatizava a TAP agora. “Se fosse minha esperava por melhor oportunidade”

O antigo acionista e dono da Barraqueiro afirmou que "gostaria de fazer parte" de um grupo de empresários portugueses para concorrer à reprivatização da companhia aérea.

Humberto Pedrosa, antigo acionista e administrador da TAP, defendeu na comissão parlamentar de inquérito que o Governo deveria esperar mais tempo para privatizar a TAP, esperando que a companhia aérea tenha melhores resultados. “Se fosse minha esperava por melhor oportunidade”, disse aos deputados. Afirmou ainda estar disponível para entrar na corrida caso exista um grupo de empresários portugueses disponíveis.

O sócio maioritário da Atlantic Gateway, que com David Neeleman comprou 61% da TAP na privatização em 2015, deixou elogios à TAP considerando que a companhia tem um grande futuro pela frente. Filipe Melo, deputado do Chega, aproveitou para questionar se com a reprivatização o Governo estava a “dar a empresa de bandeja a um privado”.

“O volume de fundos colocado na TAP é enorme. Não sei se todos têm a mesma opinião, mas depende de quem vai gerir a TAP. Eu acredito na TAP com uma determinada gestão, por aquilo que vivi na TAP. Se calhar neste momento não era o momento ideal para vender“, respondeu Humberto Pedrosa.

“Se fosse minha esperava por melhor oportunidade”, acrescentou, recomendando aguardar por momento em que empresa tivesse lucros mais elevados. “Penso que o Estado português está obrigado a vender uma parte substancial ou a maioria do capital da empresa, por exigência de Bruxelas. Em 2023 sei que as coisas estão a correr bem em termos de receita. Aguardava mais um ano e via o que dava”, afirmou.

Humberto Pedrosa, que foi acionista da companhia aérea até final de 2021, defendeu que, mesmo que a dona da Iberia ofereça um valor superior, a TAP deve ser vendida à “Lufthansa ou a outra companhia e nunca à Iberia porque temos o risco de hub passar para Madrid”.

O dono da Barraqueiro afirmou que “gostaria de fazer parte” de um grupo de empresários portugueses para concorrer à reprivatização da companhia aérea. “Valia a pena encontrar grupo que pudesse entrar na TAP e ter possibilidade num prazo longo devolver ao Estado os fundos que colocou na TAP. Teria muito gosto nisso. Estou completamente disponível para entrar”, garantiu.

Humberto Pedrosa foi ainda questionado sobre o facto de o grupo para o projeto no aeroporto de Santarém ter sido criado em 2020, quando o Estado iniciou a injeção de capital na TAP que acabaria com a saída dos privados do capital. Bernardo Blanco, da IL, questionou mesmo se não existiam antigos responsáveis da companhia aérea no projeto. O antigo administrador e acionista garantiu que “não há ninguém que tenha sido administrador da TAP ligado ao projeto”.

O aeroporto tem várias hipóteses. Que seja escolhida a melhor, a que custe menos ao Estado e a que sirva melhor o país”, acrescentou.

O antigo presidente do conselho de administração da TAP deixou elogios ao atual CEO, Luís Rodrigues, respondendo a uma pergunta sobre quem seria a melhor escolha para gerir a transportadora. “Neste momento está um homem bastante competente à frente da TAP. Se fosse eu a escolher era esse homem que escolhia”, asseverou.

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