Altice Portugal começa o ano a crescer. Receitas aumentam 14% no trimestre em que subiu preços

Empresa que detém a Meo conseguiu crescimentos robustos dos resultados financeiros e operacionais, fidelizando mais clientes, subindo preços e exportando tecnologia a partir de Aveiro.

A Altice Portugal encerrou o primeiro trimestre com crescimentos de dois dígitos nos principais indicadores financeiros que reporta. Em comparação com os mesmos três meses de 2022, as receitas subiram 14,2% e o EBITDA, que corresponde ao lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, cresceu 10,5%, anunciou esta quarta-feira a dona da Meo, que subiu os preços em 7,8% neste período.

Em termos absolutos, as receitas fixaram-se em 699 milhões de euros e o EBITDA em 245 milhões, ambos os montantes também acima do conseguido no quarto trimestre de 2022. A empresa explica que, ao aumentar a base de clientes, aumentam as receitas, o que puxa pelo EBITDA. Para tal contribui ainda a “disciplina de controlo dos custos operacionais” e as “novas linhas de negócio”.

“No primeiro trimestre de 2023, a performance operacional mantém a tendência positiva. O controlo dos desligamentos continua em níveis históricos e a aquisição de clientes mantém-se sustentada, o que permitiu aumentar a base dos serviços fixos em 5,3% nos últimos 12 meses, tendo a base de clientes do serviço de televisão por subscrição crescido 4,2%”, nota a empresa num comunicado.

“Todos os segmentos e linhas de negócio da Altice Portugal cresceram [em] receitas no primeiro trimestre de 2023, em virtude da contínua expansão da base de clientes, da diversificação do portefólio de serviços cada vez mais digitais, da aposta na inovação e qualidade de serviço, fatores estes que se revelaram determinantes para a evolução positiva registada”, acrescenta a mesma nota.

Analisando o trimestre por segmentos, o consumo, que engloba a operadora Meo, obteve receitas de 335 milhões de euros, um crescimento homólogo de 6,8%. O número de clientes subiu 1,6%, com a operadora a conquistar 26 mil clientes em termos líquidos, para 1,7 milhões. Importa notar que, a 1 de fevereiro, a Meo atualizou os preços em 7,8%, em linha com os concorrentes, uma decisão que já deverá ter tido impacto positivo neste trimestre.

Mas há alguns trimestres que o consumo não é o principal negócio da Altice Portugal. O segmento dos serviços empresariais continuou a crescer, com o qual a empresa obteve receitas de 364 milhões de euros, um crescimento de 22%. O grupo justifica a subida com o “crescimento da Altice Labs”, o polo de investigação e desenvolvimento da companhia em Aveiro.

Em fevereiro, o ECO chegou a questionar a empresa sobre os crescimentos da Altice Labs. A Altice Portugal recusou fornecer detalhes, argumentando não poder “dar valores desagregados”. Desta vez, a Altice destaca no comunicado o contributo positivo da Altice Labs “que exporta tecnologia made in Portugal para o mundo”.

Entre janeiro e março, a Altice Portugal investiu 111 milhões de euros, mais do que os 102,9 milhões que investiu no primeiro trimestre de 2022, mas menos do que os 143 milhões investidos no quarto trimestre. Boa parte deste investimento tem sido canalizado para a rede móvel e “infraestruturas core de última geração”, mas também na rede de fibra ótica, que alcança agora 6,2 milhões de lares no país.

A divulgação dos resultados da Altice Portugal, alinhada com a publicação das contas do grupo a nível internacional, coincide com o último dia do congresso anual da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC), no qual se realizará o habitual debate entre os presidentes executivos das três principais operadoras de telecomunicações em Portugal, o único com esta característica e uma importante ocasião para discutir os temas do setor.

Ana Figueiredo, líder da Altice Portugal desde abril de 2022, irá debater com o novo presidente executivo da Vodafone Portugal, Luís Lopes, e com o comandante da Nos, Miguel Almeida, já veterano nesta iniciativa. O debate, marcado para as 17h45, será moderado pelo publisher do ECO, António Costa.

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