“Os alunos que entram nas empresas são alunos para a vida”, diz global head of HR do Santander

Capacidade de questionar, pensamento lateral, empatia, multidisciplinaridade foram algumas das competências destacadas por Alexandra Brandão, global head of HR do Santander.

Em plena transformação digital e, com o consequente impacto no mercado de trabalho, a aprendizagem ao longo da vida torna-se mais fundamental do que nunca. As necessidades de talento nas próprias empresas estão a mudar e, em conjunto com instituições de ensino e com os próprios profissionais, é preciso investir em formação, nomeadamente através do upskilling e reskilling.

“Os trabalhos estão a mudar. Provavelmente 15% dos trabalhos que conhecemos hoje em dia não vão existir, e, provavelmente, os que vão existir, se não formamos, se não fizermos reskilling e upskilling junto dos profissionais, eles não vão estar à altura de desempenhá-los“, defendeu Alexandra Brandão, global head of HR do banco Santander, durante a sua intervenção no painel “Formando de maneira digital”, no âmbito do V Encontro Internacional de Reitores Universia, que decorre na cidade espanhola de Valência.

“Os alunos que entram nas empresas são alunos para a vida”, acrescentou a gestora de pessoas, salientando que, no banco, uma das primeiras skills que está a a ser pedida ao talento jovem é uma atitude e mentalidade de desenvolvimento, de formação contínua.

Capacidade de questionar, pensamento lateral, empatia, multidisciplinaridade foram algumas das competências que Alexandra Brandão destacou como fundamentais no atual contexto do mercado de trabalho e considerou mesmo que “talvez não sejam assim tão soft skills”, como costumamos defini-las. Ao nível das competências mais técnicas, a global head of HR do Santander salientou que as competências digitais são imprescindíveis e já transversais a qualquer setor.

Uma preparação que deve, desde logo, começar nas universidades, mas continuar ao longo da vida. “Como já ouvi aqui, a universidade está longe de ser algo que deveria terminar aos 22 anos”, disse.

Tornar as universidades mais competitivas

Edward Roekaert Embrechts, reitor da Universidad Peruana de Ciencias Aplicadas (UPC – Peru), salientou também a importância de formar de forma integral, e de os jovens e os profissionais continuarem a atualizar-se ao longo da vida. No entanto, com as gerações de hoje a pedirem cada vez mais uma formação com maior liberdade e poder de escolha, o reitor admitiu que é preciso mudar a forma como as instituições universitárias ensinam.

Começam a aparecer instituições mais ágeis e com programas, muitas vezes, mais pertinentes. Se queremos competir com estas instituições, temos de mudar a forma como operámos até aqui.

“Começam a aparecer instituições mais ágeis e com programas, muitas vezes, mais pertinentes. Se queremos competir com estas instituições, temos de mudar a forma como operámos até aqui”, considerou.

Sobre a educação à distância, Edward Roekaert Embrechts disse ainda que o principal atual desafio neste campo é que essa opção — que muitas universidades já oferecem — “não seja uma oferta de menor qualidade”. “Isso requer muito trabalho, e mudar o mindset a muitos docentes, habituados ao modelo presencial.”

O V Encontro Internacional de Reitores Universia, que começou na passada segunda-feira e termina esta quarta, conta com a presença de cerca de 700 reitores e representantes de instituições do ensino superior de 14 países da Europa e América.

*O ECO Trabalho viajou a Valência (Espanha) a convite do Santander

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