Liberais desafiam Costa a depor presencialmente na CPI da TAP. PS fala em “populismo”

Rui Rocha, presidente da Iniciativa Liberal, desafiou o primeiro-ministro a depor presencialmente na comissão de inquérito à TAP, no rescaldo das audições a João Galamba e dois membros do gabinete.

O líder da Iniciativa Liberal desafia o primeiro-ministro a depor presencialmente na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da TAP. O apelo de Rui Rocha surge no rescaldo da audição esta quinta-feira do ministro das Infraestruturas, João Galamba, e de, no dia anterior, terem sido ouvidos o ex-adjunto Frederico Pinheiro e a chefe do gabinete Eugénia Correia.

Numa conferência de imprensa no Parlamento, Rui Rocha reconheceu que António Costa tem a possibilidade “de o fazer por escrito”. Mas acrescentou: “Creio que, na situação em que estamos, de degradação das instituições em que estamos, a democracia ganharia muito se o Sr. primeiro-ministro, num ato de coragem e transparência, viesse em pessoa à CPI da TAP prestar esclarecimentos sobre todo o seu envolvimento neste processo.”

O apelo do deputado surge em simultâneo com um requerimento apresentado pelos deputados Bernardo Blanco e Carlos Guimarães Pinto já esta sexta-feira e que contém um conjunto de 13 questões para o primeiro-ministro. Os liberais perguntam ao chefe do Governo, por exemplo, a que horas recebeu o primeiro contacto de Galamba no dia 26 de abril e quando tomou conhecimento dos eventos passados no Ministério das Infraestruturas nesse dia. Há ainda perguntas sobre o envolvimento das Secretas na recolha do computador de trabalho de Frederico Pinheiro.

Rui Rocha sublinhou, todavia, que não tem esperança de que tal aconteça, “face ao que são os antecedentes do primeiro-ministro”. “Não podemos esperar muito, não podemos esperar, provavelmente, essa coragem, exercício pleno de cidadania e responsabilidade política, mas venho aqui deixar o desafio no sentido de que venha pessoalmente a esta comissão”, acrescentou.

O presidente dos liberais esclareceu que o objetivo é que António Costa vá à CPI “prestar esclarecimentos sobre aquilo de que teve conhecimento” e frisou que “já não é possível” que Costa e Galamba “acabem os seus mandatos com dignidade”. A Iniciativa Liberal “tudo fará para que acabem o mais rapidamente possível, porque isso corresponde aos interesses dos portugueses”, disse, concluindo, que foi o próprio primeiro-ministro que “decidiu amarrar o seu futuro político ao futuro político” de Galamba.

“A isto se chama degradação das instituições”

Em reação, o líder do grupo parlamentar do PS considerou que é “populismo” envolver o primeiro-ministro numa comissão de inquérito “quando não tem qualquer intervenção”.

“Esse é um exemplo ilustrativo de como queremos degradar as instituições”, referiu Eurico Brilhantes Dias sobre se o PS aprovaria a chamada de António Costa à CPI à TAP. “A CPI, que tem o foco da gestão pública da TAP, discute os sistemas de informação num processo que não tem nada a ver com a tutela pública da TAP? É isso que se chama a degradação das instituições”, acrescentou.

Brilhante Dias disse não ter ouvido “nenhuma contradição” na audição do ministro João Galamba. “Aquilo que foi dito de forma explícita, o primeiro-ministro não participou no acionamento dos serviços de informação. Sabemos que houve tentativa de telefonema que não bem-sucedida e que participação do primeiro-ministro foi de conhecimento a posteriori“, frisou.

(Notícia atualizada às 12h54 com reação do grupo parlamentar do PS)

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