Fenprof diz que milhares de provas de aferição do 2.º ano ficaram por realizar

  • Lusa
  • 15 Junho 2023

A federação lista 59 escolas onde a paralisação se fez sentir, referindo que em algumas, como nos agrupamentos de Cinfães, Ílhavo e Macieira, nenhum aluno fez a prova de Português e Estudo do Meio.

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) afirma que milhares de alunos não realizaram esta quinta-feira a prova de aferição de Português do 2.º ano devido à greve de professores, que se repete na terça-feira. Em comunicado, a Fenprof, que integra a plataforma de nove organizações sindicais que convocaram greve às provas de aferição, escreve que a adesão representa uma “manifestação de repúdio pelas políticas educativas e exigência de respeito”.

Sem precisar o número de provas que não se realizaram devido à greve, a federação lista 59 escolas onde a paralisação se fez sentir, referindo que em algumas, como nos agrupamentos de Cinfães, Ílhavo e Macieira, nenhum aluno fez a prova de Português e Estudo do Meio. Noutras escolas, a greve impediu a realização da prova na maioria das turmas do 2.º ano.

“A falta de uma negociação efetiva e o facto de não serem adotadas medidas adequadas à resolução dos principais problemas que afetam os professores estão na base da necessidade da luta dos docentes e da sua adesão a estas greves”, escreve a Fenprof. Os representantes dos professores consideram ainda que é igualmente uma reação à falta de respostas do Ministério da Educação para questões como as condições e horários de trabalho e o desgaste profissional.

Além da plataforma sindical, também o Sindicato de Todos os Profissionais da Educação tinha convocada para hoje uma greve às provas de aferição, ambas sem serviços mínimos decretados. Esta quinta foi a estreia dos alunos do 2.º ano nas provas de aferição em formato digital, que este ano foi alargado a todas as escolas. A medida tem sido contestada por professores, diretores e pais, que consideram que as crianças não têm ainda autonomia suficiente para aquele formato.

Em declarações à agência Lusa, o presidente Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas fez um balanço positivo do primeiro dia, apesar das greves, relatando que os alunos “foram preparados” e “deram-se bem” com o formato digital. Ainda assim, defende que o tema merece uma discussão no futuro “para perceber se o caminho deve ser este no próximo ano, ou se deveremos regressar às provas com papel e esferográfica” no 2.º ciclo.

Por outro lado, referiu que não foram registados problemas com o funcionamento da plataforma através da qual as provas são realizadas, ao contrário do que aconteceu nas provas de Tecnologias da Informação e Comunicação do 8.º ano, mas o mau funcionamento da rede das escolas voltou a ser um constrangimento. Na terça-feira, os alunos do 2.º ciclo voltam a ser avaliados, na prova de Matemática e Estudo do Meio, estando igualmente previstas greves para esse dia.

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