Por mês, cerca de 30 mil alunos estiveram sem professor, estima Fenprof

"Em média, durante todo o ano, mês a mês, houve cerca de 30.000 alunos que não tiveram professor pelo menos a uma disciplina", estima a Fenprof.

Num ano letivo fortemente marcado por sucessivas greves e manifestações, a Fenprof reitera que o principal problema do setor diz respeito à “falta de atratividade da profissão” e estima que, em média, durante o ano letivo 2022/2023 cerca de 30 mil alunos não tenham tido professor a, pelo menos, uma disciplina.

“Em relação ao ano letivo que terminará nos próximos quinze dias, a Fenprof reforça que os principais problemas residem na falta de atratividade da profissão, e, consequentemente, no agravamento da falta de professores nas escolas e de professores qualificados“, aponta o sindicato liderado por Mário Nogueira, acrescentando que todos os anos há “milhares de professores” a abandonar a profissão.

“O problema reside, também, no facto de o número dos que entraram nos cursos de formação inicial não compensar a aposentação crescente na última década”, afirma a Fenprof, acusando o Governo de “incapacidade” para colmatar este problema e alertando que “a situação vai agravar-se ao longo da década”.

“Em média, durante todo o ano, mês a mês, houve cerca de 30.000 alunos que não tiveram professor pelo menos a uma disciplina“, estima ainda a Fenprof, referindo que “o recurso fora da profissão, para tapar os buracos” resulta na diminuição da qualidade “e põe em causa a qualidade da resposta do serviço público de ensino”. “A falta de professores atingiu cerca de 300.000 alunos, durante, pelo menos, uma parte do ano letivo”, lê-se.

O braço de “ferro” entre Governo e sindicatos dos professores arrasta-se desde dezembro, com sucessivas greves e manifestações. Em março, e após cinco meses de negociações, o Governo aprovou o decreto-lei que regula o novo modelo de recrutamento e colocação de professores e em maio deu “luz verde” ao diploma que visa corrigir as assimetrias decorrentes dos dois períodos de congelamento da carreira.

Contudo, ambos os diplomas mereceram a reprovação dos docentes, que insistem na recuperação integral do tempo de serviço e no fim das vagas de acesso aos 5.º e 7.º sindicatos. O setor pede, inclusivamente, a retoma das negociações, mas o ministro da Educação já veio afastar essa hipótese.

Já sobre os rankings das escolas, depois de esta sexta-feira ter sido conhecida a queda dos estabelecimentos de ensino público, que apenas surgem em 39.º lugar, a Fenprof considera que estes são “uma fraude porque compara o incomparável” e “existem para promover o ensino privado”.

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